Você já deve ter lido o nome Mário Bentes aqui no blog, possivelmente mais de uma vez. É que esse autor amazonense de 32 anos é bastante ativo. Além de publicar um conto aqui no blog, já foi notícia por aqui por dando cursos, selecionando contos pra coletâneas e participando da coletânea dos outros. Desta vez ele volta para falar do lançamento do seu segundo livro: ‘Minhas conversas com o diabo‘, que será apresentado na Bienal do Livro de São Paulo este ano, ao lado de outros livros do selo Lendari, sua editora independente.
Do que fala seu livro atual?
Mário Bentes: Apesar do título e da roupagem, a série Minhas conversas com o diabo fala de pessoas e seus demônios internos. Os demônios da mitologia judaica-cristã, em especial os da Chave Menor de Salomão, são apenas coadjuvantes e servem como recurso narrativo para evidenciar como somos desesperados por coisas que dinheiro ou bem material nenhum podem comprar. Intimamente, somos todos carentes de alguma coisa intangível, impossível e inalcançável. As pessoas acreditam em deuses oniscientes, onipresentes e onipotentes, mas isso não muda o fato de nos sentirmos sós. Como diz uma das frases do livro, há vazios que não podem ser preenchidos.
Quais as influências desta obra?
Mário Bentes: Os contos de Neil Gaiman certamente são uma grande influência. A narrativa densa, carregada de simbologismos e revelações de enredo são elementos que procuro adotar nesta obra. E claro, a crítica subjetiva, subliminar e subversiva de Saramago às bases da fé certamente motivaram o trabalho.
O que podemos esperar em novos lançamentos?
Mário Bentes: Além dos demais livros da série Minhas conversas com o diabo, vou dar início a uma trilogia de mistério que se passa na Idade Média. Um famoso caso sob o pano de fundo da Inquisição Católica, mesclado com o clima noir e policial. Também devo lançar, ano que vem, um livro que servirá como guia para novos autores.
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