Apesar do nome, o Spoiler Pipoca não vai te dar spoiler (nem pipoca). Sente e aproveite.

As inteligências artificiais causam pavor em alguns (eu estou incluso nessa lista) e parecem um futuro promissor para outros (também me encaixo aqui). Nos nossos aparelhos de telefone, já é de se espantar com algumas informações que a Siri e o Google Now conseguem dar, como o tráfego – conseguem te dizer, antes que saia de casa, como vai estar o engarrafamento por onde você passa diariamente – e é algo bobo, mas assusta.

A inteligência artificial está diretamente ligada aos nossos pensamentos quanto aos robôs. Os filmes tratam isso de forma única, onde na maioria das vezes a inteligência se revolta com a terra, ou até mesmo percebe que não é um ser inferior, querendo assim tratamento igual, ou passa a querer se tornar superior. E então começa a revolução e todas aquelas preocupações que vemos nos filmes, chegando a certeza de que: o Apocalipse será controlado pelas máquinas.

Felizmente, existem as três leis da robótica feitas pelo grande Asimov, que se forem aplicadas para inteligências artificiais, nos deixariam mais calmos.

  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

  • 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

Apesar da preocupação, na vida real as inteligências artificiais respondem muito bem e não apresentam sinais que desejam conquistar o mundo (ainda). Há o caso de uma já ter escrito um roteiro para um curta (leia aqui) e, pelo andar da carruagem, não demorará muito para que essas inteligências possam nos substituir.

Um dos maiores medos, e para alguns é certo que realmente exista, é o filme Matrix. O filme criado pelas Irmãs Wachoswki mostra um mundo onde as máquinas dominaram tudo e agora somos apenas escravos vivendo em uma utopia que é chamada “realidade” enquanto, na verdade, estamos presos em incubadoras servindo como pilha para o funcionamento do planeta. É assustador, mas o filme ganhou um espaço gigante no coração dos amantes de ficção científica.

The-Matrix-HD-Movie-1999Matrix – The Wachowski – 1999.

Faço aqui uma lista que começa com a total dominação, como foi em Matrix, e vai diminuindo até chegar aquela primeira inteligência artificial que ainda pode ser tornar maligna. Como no caso de Exterminador do Futuro (James Cameron – 1985), e em toda a sua cronologia furada com muitos filmes, os robôs e inteligências não tomaram por completo a raça humana. Claro, os humanos se encontram em minoria e com risco de extinção, mas daí enviam um ser humano para o passado (mais de uma vez) e começa uma das cronologias mais loucas do cinema. O primeiro filme é muito bom, mas confesso que, ainda assim, devo fazer uma maratona de todos os filmes.

O despertar da inteligência artificial que quer dominar/exterminar a raça humana acontece em Vingadores: Era de Ultron, onde Ultron enxerga que para curar a maldade no mundo basta cortar o mal pela raiz, e isso significa exterminar os humanos. Então conseguimos ver como a inteligência artificial trabalha com a lógica, por mais que a lógica, nesse caso, signifique extermínio. Ultron não é de todo mal – existe aquela velha piada de que ele só quis destruir o mundo porque ficou alguns segundos na internet, como todos nós também pensamos.

avengers-age-of-ultron-trailer-2-screengrab-17Vingadores: Era de Ultron – Joss Whedon – 2015.

Se por um lado temos o “desiquilíbrio” de Ultron, no mesmo filme também temos a inteligência artificial de J.A.R.V.I.S/Visão, onde mostra-se como mais “ingênua” e procurando fazer o que é “certo”. Em Capitão América: Guerra Civil (Irmãos Russo – 2016) conseguimos ver como essa inteligência artificial também trabalha com a lógica – em uma das cenas, Visão diz que entrou em um quarto atravessando a parede pois a porta estava aberta, e pela lógica isso significa a mesma coisa.

5560260.jpg-r_x_600-f_jpg-q_x-xxyxxVingadores: Era de Ultron – Joss Whedon – 2015.

Ainda falando sobre a “ingenuidade” de uma inteligência artificial, a série Black Mirror, no episódio “Be Right Back”, mostra uma empresa que trabalha criando inteligências baseadas em pessoas que já morreram, onde todos os dados que o indivíduo deixou online servem como mapa, e desse modo vão poder, em teoria, conversar como a pessoa falaria enquanto viva.

Sabemos que não funciona desse modo, afinal conhecemos todos os costumes das pessoas que vivem com a gente no nosso dia-a-dia, e isso se torna um problema quando a inteligência artificial consegue assumir uma forma semelhante ao falecido, porém não possui as mesmas manias, como o modo de falar, ou até mesmo pequenas brincadeiras que um humano faria. Nada disso é spoiler. A beleza do episódio não se resume apenas a isso, então indico que assistam a série que se tornou uma das minhas preferidas.

be_right_backBlack Mirror – S02E01: Be Right Back.

O filme Ex Machina se tornou um dos meus preferidos e ainda ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais. Mesm tomando o lugar do meu preferido da noite (Mad Max: Fury Road), o prêmio foi merecido demais. No filme, o protagonista, Caleb, é selecionado pelo seu chefe, Nathan, para conhecer sua mansão. Na mansão, Nathan confessa para Caleb que sua intenção era de realizar o Teste de Turing entre Caleb e uma inteligência artificial criada por Nathan chamada Ava. Isso é tudo o que eu vou revelar sobre o filme. Eu encaixo esse filme na categoria de suspense, sendo que fiquei bastante nervoso tentando imaginar o final, e mesmo assim, completamente apaixonado pelo roteiro.

ex-machina-700x352Ex Machina – Alex Garland – 2015.

A inteligência artificial do cinema que mais me causa medo, é sem dúvidas, o HAL 9000. O filme 2001: Uma Odisseia no Espaço é, de diversas formas, um dos mais brilhantes que o mundo já viu. Em uma das quatro partes do filme, conhecemos HAL 9000, uma inteligência artificial que é representada por um botão vermelho que parece ser um olho, acoplado a uma câmera e, além disso, só conseguimos ouvir uma voz monótona que passa todas as coordenadas para os membros da tripulação. Por causa de divergências durante essa parte do filme, os tripulantes decidem desativar HAL 9000 dizendo que apresenta falha, enquanto o mesmo assume que todas as suas falhas só podem acontecer por interferência humana, pois sua inteligência artificial é completamente à prova de falhas. 

hal-9000-computer2001: Uma Odisseia no Espaço – Stanley Kubrick – 1968.

A voz de HAL 9000 é o que mais assusta. Medo, angústia e raiva só podem ser imaginados, já que conseguimos apenas ouvir essa inteligência, não existe nenhum corpo humanoide e trata-se apenas de um botão vermelho. Não é à toa que esse é considerado, por muitos, o melhor filme que já existiu. Confesso que é um filme difícil e deve ser assistido com muita paciência, afinal possui 88 minutos apenas de trilha sonora, sendo que os 25 minutos iniciais não possuem fala alguma.

Já chegando no final da postagem, resta apenas uma inteligência artificial em um dos filmes mais fofos e apaixonantes que existe. No filme Her, temos Samantha, um sistema operacional que também se mostra somente por voz, e que acaba conquistando o rapaz Theodore. No filme, vemos o amor impossível de uma inteligência artificial por um ser humano, em uma sociedade onde isso acaba se tornando algo normal. Claro que ao desenvolver do filme os nossos corações são partidos sim, mas Samantha não é culpada. Quando se trata do amor, todos nós conseguimos ser ingênuos apaixonados. 

her-spikejonze-destaqueHer – Spike Jonze – 2013.


Nota do autor: Eu não sou cientista, então tudo que eu apresento aqui é conteúdo que vi nos filmes. Se eu disse algo que fere as diretrizes da ciência, perdão. De fato, não sou conhecedor assíduo de inteligências artificiais, então tudo o que eu escrevi é baseado nas obras que eu assisti e no que elas representam. Vamos combinar: a ficção tem que se diferenciar da vida real, e é isso que nos faz apaixonar pela sétima arte.