“Acho que nós devemos ter muito cuidado a respeito da inteligência artificial. Se eu tivesse que palpitar sobre qual é a principal ameaça a nossa existência, acho que seria essa. Precisamos ser cuidadosos”

Elon Musk


Essas palavras foram ditas pelo homem que participou da criação de empresas como Paypal, SpaceX e Tesla Motors, durante uma palestra feita a estudantes no MIT. Não só Musk, mas Stephen Hawking e Bill Gates já externaram seu claro receio de uma possível “revolução das máquinas”.

Mas será que de fato existe a possibilidade das máquinas se voltarem contra os humanos e exterminarem nossa espécie? Talvez não da forma que James Cameron mostrou em O exterminador do futuro, mas de maneira gradual e quase imperceptível isso é muito possível, vou mostrar a vocês como.

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Uma maneira delas nos tornarem obsoletos é assumindo nossos postos de trabalho, o que já vem se tornando realidade há algum tempo. Fábricas de automóveis como BMW e Audi, possuem toda sua linha de produção automatizada (algo que Asimov já tinha previsto, mas ele é assunto para outro post), tornando desnecessária a utilização de pessoas no processo de manufatura. Isso afeta diretamente no número de empregados de uma organização e por conseguinte, cidades que tem sua economia baseada em indústrias, Manaus é um exemplo delas, seriam afetadas automaticamente por esse processo.

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Mas não se engane achando que elas são capazes de substituir apenas postos de trabalho de tarefas mais simples, o DoNotPay  está aí para provar o contrário. Ele é um chatbot que já ganhou 160 mil contestações de multa nas regiões onde atuou. Isso mesmo, ele é um robô advogado.

Desenvolvido por Joshua Browder, um programador londrino que resolveu criar esse assistente após receber mais de 30 multas de trânsito injustas, o robô é capaz de forma intuitiva, construir uma contestação muito bem embasada. Seu algoritmo conversa com o usuário e ao final da entrevista gera um documento no qual o indiciado pode levar a corte para contestar a multa tomada.

Agora você pode estar pensando naquela cena de Eu, robô onde o Will Smith diz: “Um robô consegue compor uma sinfonia? Um robô consegue pintar um belo quadro?”

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Esses ainda não, mas eles já conseguem escrever roteiros de filme. O Mapingua Nerd publicou há alguns meses, o caso de Benjamin (nome da IA, não o Button), que escreveu o roteiro de Sunspring a partir de centenas de outros roteiros de ficção científica. Em poucos minutos a máquina gerou um roteiro completo, com diálogos e até posturas em cena.

Esse é apenas um dos exemplos de como as IAs estão aprendendo nossos gostos. Quando você acessa a Netflix ou o Youtube, as sugestões que aparecem na sua home  são de conteúdos que você já consome ou relacionados a ele. Isso acontece porque os algoritmos desses players trabalham justamente para mostrar aquilo que provavelmente você irá gostar a partir do que foi assistido anteriormente.

O Facebook é atualmente a maior plataforma atuante com este tipo de tecnologia. Todo dia, a IA da rede social, coleta dados seus, o que você curte, compartilha, comenta, visualiza, quem você adiciona, quem você bloqueia e etc. Esses dados são processados e a partir deles é que o Facebook sabe que tipo de publicidade mostrar a você, quais páginas aparecerão primeiro na sua timeline, quem são as pessoas que talvez você conheça e muito mais.

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O fato é que a cada dia que passa, as máquinas entendem mais e mais nosso comportamento.

Mas e se além de entender nossos comportamentos a partir de interações que fazemos através dos computadores, as máquinas passassem a nos entender sem que tenhamos qualquer interação com o ambiente? Bem, a SRI International conseguiu. A empresa desenvolveu uma tecnologia que identifica o estado de emoção de uma pessoa.

Isso mesmo, baseando-se em diversos traços comportamentais como fala, postura, expressão facial e outros, a tecnologia consegue definir como você está se sentindo. Isto é, a SenSay (Sense + Say) usa seu comportamento para definir se você está agitado, confuso ou nervoso.

Além disso, pesquisadores do Georgia Institute of Technology desenvolveram robôs capazes de mentir e trapacear. O professor Arkin, líder da pesquisa, admite que existem “preocupações éticas significativas” a respeito de sua pesquisa. Todos nós sabemos o que pode acontecer com robôs malandros em mãos erradas.

Em suma, estamos criando robôs capazes de nos analisar e se necessário mentir para a gente.

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Mas você deve estar se perguntando: se os algoritmos que estão inseridos nos robôs são baseados em lógica boolena, como eles teriam capacidade de ler algo tão abstrato como o comportamento humano? É aí que entra em cena as inúmeras ferramentas matemáticas que resolvem esse problema, entre elas a lógica difusa, ou lógica fuzzy. Essa lógica determina que valores lógicos de variáveis podem assumir qualquer número real entre 0  e 1. Como podemos ver, IAs não se limitam mais a verdadeiro e falso.

Nossa esperança é que, sabendo de tudo isso, alguns pesquisadores vem trabalhando para impedir uma possível “rebelião das IAs”. Cientistas estão desenvolvendo novos métodos que permitam às máquinas discernir o certo do errado. Murray Shanahan, professor de robótica cognitiva do Imperial College de Londres (Quem leu Asimov, já conhece essa profissão), acredita que esta é a chave para prevenir máquinas de exterminar a humanidade. Ao fazer isso, os especialistas esperam que as IA’s tornem mais compreensivas e humanas.

Observando esses exemplos, nota-se que as inteligências artificiais, a cada dia que passa, nos entendem mais, e vem aumentando sua capacidade de tomar decisões independentemente dos humanos. Não falta muito para que elas tornem-se totalmente autônomas. Só resta aguardar o que elas farão com toda essa liberdade.

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