De uns tempos pra cá, a internet foi tomada por comentários sobre “Black Mirror”, uma série britânica que trata de temas do cotidiano e as consequências da tecnologia, numa abordagem de ficção especulativa. Embora pareça futurística, o criador da antologia, Charlie Brooker, afirma que “todos os episódios são sobre a forma como vivemos agora.”
AVISO: VOCÊ VAI SE SENTIR MAL
No primeiro episódio, um fictício primeiro-ministro do Reino Unido precisou decidir se faria sexo ou não com um porco para salvar a vida de um membro da família real. Parece pesado? Fica pior.
FÁBULAS DE ESOPO
Pedofilia, traição, morte, prostituição, julgamento, assassinato e exposição são exemplos de temas abordados de maneira tão real e próxima – expondo os telespectadores a níveis extremos do comportamento da sociedade moderna – que podemos até sofrer com os personagens e refletir sobre a ‘lição de moral’ antes de ir para o episódio seguinte.
URSO BRANCO
No segundo episódio da segunda temporada, uma mulher com amnésia é perseguida nas ruas e corre risco de morte. As pessoas, em vez de ajudá-la, apenas filmam o seu desespero com celulares. Um paralelo entre a sociopatia e nosso instinto de registrar e expor tudo. Isso te lembra algo?
TEATRO DOS VAMPIROS
No último fim de semana, milhares de adolescentes prestaram vestibular através do ENEM. A partir disso, as redes sociais foram à loucura aguardando os “memes” dos candidatos que chegariam atrasados. Um grupo de universitários foi além: eles compraram cervejas e aguardaram na frente de uma escola para assistir ao vivo o desespero de quem não conseguiu fazer a prova.
A VIDA DEPOIS DE BLACK MIRROR
Em Manaus, a série fez tanto sucesso que o grupo RP Manaus está organizando um evento, no próximo dia 9, com profissionais da área de tecnologia, psicólogos, comunicólogos e fãs para debater as sensações do mal-estar contemporâneo que permeiam a consciência de quem assistiu ao seriado.
ESPELHO NEGRO
Um reflexo da sociedade, “A tecnologia nunca é a vilã”, explica Brooker. É como culpar uma pistola por matar alguém.
Revisão PT-BR: Susan Karen (caqui.susan@gmail.com)