A produção de games no Amazonas é relativamente recente se comparada com o resto do Brasil, mas o mercado está amadurecendo e começando a se destacar nacionalmente. Um exemplo desse passo adiante é o estúdio Petit Fabrik, o único da região Norte a ser contemplado pelo “Programa Brasil de Todas as Telas” , o primeiro edital de games da ANCINE.

Jogando a sério

O estúdio participou de duas fases do edital antes de ser declarado vencedor dele, lidando com diferentes tipos de pressões. “Quem vive neste mercado já sofre muita pressão porque é um caminho promissor, mas difícil; e no projeto, eles pediram um vídeo de dois minutos de gameplay, o que foi um desafio bem grande, porque, pode parecer pouco, mas tem que ter bastante coisas do jogo para produzir um vídeo assim; e pediram toda as documentações do jogo, falando desde a história até onde ele será lançado, como um TCC”, explicou Olimpio Neto, produtor executivo da Petit Fabrik.

Dentro do edital, a Petit Fabrik entrou em uma cota com uma concorrência nada fácil: Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte. “Já sabíamos que ia ser difícil desde o começo, apesar dessa cota. Tanto o Nordeste, quanto o Centro-Oeste possuem estúdios com bastante maturidade em games. Então nós sabíamos que essa cota seria praticamente insignificante para nós e tivemos que entrar por mérito puro, de forma que juntamos todo mundo, trabalhamos, montamos a proposta, então foi uma satisfação muito grande ter esse reconhecimento”, afirmou.

Um Tower Defense pós Apocalipse Nuclear

Como estúdio vencedor, Petit Fabrik irá receber 500 mil reais para produzir o seu novo jogo, “Silo”, que possui estilo “tower defense”. O valor do prêmio pode parecer enorme para quem não é do meio, mas Olimpio explica que não é bem assim: “Quando o nosso jogo estiver pronto, eu tenho a convicção que ele vai ser um dos jogos mais baratos do segmento, porque nossos concorrentes são jogos como Clash of Clans e Clash Royale, que possuem investimentos milionários em dólares para desenvolver um jogo que possui desde visual bonito até level design interessante para o jogador comprar com o dinheiro dele no jogo. Todos esses atrativos vêm de trabalhos de bons profissionais e tudo isso custa dinheiro”, explicou. “Será algo meio como Davi versus Golias”, comparou.

O jogo “Silo” se passa em um universo pós-apocalíptico, depois da Grande Guerra Nuclear Mundial, em algo meio Mad Max. “A natureza se tornou completamente caótica devido radiação, por isso a única fonte de energia viável são resto nucleares que não explodiram ou não foram utilizados como resto de uma usina ou misseis não usados. Com aquilo, as pessoas conseguiram montar um reservatório nuclear, o chamado Silo, que dá o nome ao jogo”, contou. “Inclusive dentro do jogo, é no Silo que irá gera as moedinhas do jogo”.

Segundo Olimpio, Silo será um jogo estilo “tower defense” com uma camada de player vs player em cima. “Acreditamos que isto dá um fator de inovação legal, porque o gameplay é ‘tower defense’ tradicional para que gosta do gênero, além de ter uma experiência expandida porque eu consigo desafiar e ser desafiado por outros jogadores. Quando o projeto estiver fixo, pensamos na possibilidade de criar clãs, dividir recursos e coisas assim”, revelou.

O jogo será lançado para iOS e Android, podendo futuramente ter uma versão no Steam, com lançamento provável no ano seguinte.

A Pequena Fábrica

A Petit Fabrik começou a trabalhar como estúdio de game em 2012 e lançou seu primeiro jogo em 2014, o Mini Champions. “Foi um micro lançamento antes Copa do Mundo. Queríamos fazer experimento”, contou Olimpio.

A Petit Fabrik tem trabalhado até hoje com jogos encomendados por marcas, os advergames, já tendo lançando inclusive para VR. Há quase três anos trabalha também em um título autoral, chamado “Kukoo Monkeys”. “Ele será um MMO infantil e tem previsão para sair para mobiles iOS e Android, além dos consoles da Sony”, contou.

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O estúdio manauara possui escritório ainda em Curitiba e São Paulo, sendo que a sede é localizada em Manaus. Mais informações pelo site do estúdio.