Infelizmente não com um DeLorean ou vira-tempo. O meio no qual partículas viajam no tempo-espaço é muito mais complexo e demanda muito mais energia. Este assunto tão fascinante e tão comum no mundo nerd, só esse ano foi mostrado em Game of Thrones, Alice Através do Espelho e em mais uma das trapalhadas de Flash. Seja fisicamente, através da consciência ou de um carro que alcance 88 mph, a literatura, o cinema e a TV sempre retrataram bastante esse assunto. Mas o que a ciência nos diz a respeito disso?
Sim, a Teoria da Relatividade Geral e a Teoria da Relatividade Restrita de Einstein dão base para afirmarmos que podemos viajar no tempo, mas somente para o futuro. Até hoje, estudos, teorias e cálculos comprovam que isso é factível de duas maneiras: embarcando em uma viagem próxima à velocidade da luz ou sobrevoando uma região onde a força da gravidade seja extrema, como uma estrela de nêutrons ou um buraco negro, como acontece em Interestelar.
Em seus estudos, Einstein explicou que o tempo não é uma constante, ou seja, um segundo para mim não é equivalente para o alienígena que está lendo esse post em outro lugar do universo. Com experimentos, ele observou que mesmo que a luz seja emitida por um objeto em movimento, sua velocidade é sempre a mesma: 299.792.458 m/s. Relembrando a velha fórmula que vimos em tantos filmes: velocidade é igual a distância percorrida, dividida pelo tempo, e já sabendo que velocidade da luz é constante, concluímos que quem varia é o tempo.
Segundo a Relatividade Geral, quanto maior é o campo gravitacional de uma região, mais devagar o te
mpo passa nesse local quando comparado a um campo gravitacional mais fraco. Isso acontece porque a matéria é capaz de curvar o espaço e o tempo à sua volta.
Ou seja, quanto maior a densidade da matéria no tempo-espaço, maior será a curvatura causada e maior será a intensidade da força gravitacional.
Já observando do ponto de vista da Relatividade Restrita o que acontece é que ao viajar próximo à velocidade da luz o tempo passa mais devagar. Imagine que você é Barry Allen e corre por um ano inteiro próximo à velocidade da luz. Para você que estará observando, terão se passado 70 anos.
Sabendo que isso é possível, porque ninguém ainda o fez? Simples. A energia necessária para acelerar um ser humano a essa velocidade seria colossal, o que, provavelmente, explodiria o dispositivo. Isso porque quanto mais próximo se chega da velocidade da luz, mais energia é demandada. O equipamento que mais se aproxima do ideal para esse experimento é o Grande Colisor de Hadrons, que é o maior acelerador de partículas e o de maior energia existente no mundo.
Para dar uma ideia de sua grandiosidade, o colisor começou a ser construído em 1998 e demorou dez anos para ser concluído. O equipamento é enorme e ocupa um túnel de 27 km de circunferência, localizado na Suíça. Quem já leu Anjos e Demônios já sabe do que estou falando.
Grande Colisor de Hadrons, Suíça
O segundo grande avanço aconteceu no início deste ano e refere-se a descoberta das ondas gravitacionais. Ao observar a colisão de dois buracos negros, foi possível comprovar a criação de uma onda capaz de deformar o próprio tempo-espaço, como Albert Einstein previu na Teoria da Relatividade Geral. Esse tipo de conhecimento pode levar o homem a aprender a deformar o espaço-tempo e assim viajar por ele.
Pesquisadores não podem descartar a hipótese de viajar ao passado, mas nenhuma solução físico-teórica foi encontrada até o momento. Por isso, paradoxos temporais e realidades paralelas são apenas especulações teóricas, sem qualquer tipo de comprovação. Até mesmo os buracos de minhoca (deformações no espaço-tempo que permitem ir de um ponto a outro no universo de maneira mais rápida que o convencional) são apenas modelos teóricos.
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Já que ainda não aprendemos como voltar ao passado, vamos nos divertindo com os supostos viajantes do tempo que surgem na internet de tempos em tempos, como John Titor, nosso visitante de 2036. O suposto time lord até mesmo descreveu a máquina do tempo utilizada, bem longe de ser uma Tardis, além de falar de eventos futuros. Até agora, ninguém conseguiu montar a máquina do tempo, e nenhum dos eventos que ele anunciou aconteceu.
Esquemático da suposta Máquina do Tempo de Titor
