Nosso planeta conta com inúmeros pesquisadores que trabalham dia após dia com o intuito de provar uma determinada teoria, desenvolver uma solução para um problema específico ou estudar o comportamento de algum fenômeno sobre o qual ainda não se tem muito conhecimento. Entretanto, muitas descobertas que mudaram o rumo da humanidade aconteceram acidentalmente. Confira aqui alguns dos maiores exemplos de que nem todos os acidentes são ruins (ou não).


O comportamento de micropartículas é estudado há bem mais de um século, todavia, alguns fenômenos foram descobertos enquanto os pesquisadores procuravam outra coisa. Esse é o caso da radioatividade, raio-X e da fissão nuclear.

recallRaio-X em tempo real em Total Recall

Um físico alemão chamado Wilhelm Roentgen, em 1895, estava trabalhando com um tubo de raios catódicos, isto é, de feixes de elétrons. Apesar do fato de que o tubo estava coberto, ele viu que uma tela fluorescente brilhou quando o tubo foi ligado e o quarto estava escuro. Os raios, de alguma forma, iluminaram a tela. Roentgen tentou bloquear os raios, mas a maioria das coisas que ele colocou na frente deles não fez diferença. Quando ele colocou a mão na frente do tubo, ele percebeu que ele podia ver seus ossos na imagem que foi projetada na tela. Ele substituiu o tubo por uma chapa fotográfica para captar as imagens, criando os primeiros raios-x. A tecnologia foi logo adotada por instituições médicas e serviços de investigação.

Então, intrigado com a descoberta dos raios-x, em 1896, o físico francês Henri Becquerel decidiu investigar a conexão entre eles e a fosforescência, uma propriedade natural de certas substâncias que faz com que elas emitam luz. Becquerel tentou expor chapas fotográficas utilizando sais de urânio, como Roentgen havia feito com seus raios-x. Ele achava que precisava de luz solar para completar a sua experiência, mas como o céu estava nublado, decidiu esperar por um dia ensolarado. Para sua surpresa, descobriu que as placas fotográficas foram expostas apesar da falta de luz. Mais tarde mostrou que os raios vieram a partir dos sais de urânio radioativos.

Estes princípios foram utilizados na criação das TV’s. Quem já viu uma TV de tubo ou CRT (cathode ray tube) aberta viu que existe um canhão de elétrons apontado para uma chapa de vidro fosforescente (tela), diferente do Raio-X, onde o canhão é apontado para uma chapa fotográfica e numa intensidade muito menor, obviamente. Imagina um aparelho jogando Raios-X na sua cara (era quase isso que acontecia antigamente).

Anos depois, em 1934, logo após a descoberta do nêutron, Enrico Fermi teve a ideia de bombardear diferentes elementos com nêutrons, em busca de novos elementos. Ele descobriu que elementos acima do flúor se tornavam ativos após o bombardeio de nêutrons.

Logo após a publicação do trabalho de Fermi, Ida Noddack, um químico orgânico de Berlim, colocou em dúvida a interpretação de Fermi, alegando que talvez o urânio estivesse se dividindo em dois ou mais fragmentos. Na época, isto era considerado inconcebível.

ottoAlemães dividem o átomo pela primeira vez

Entre 1935 e 1938 dois físicos alemães, Otto Hahn e Fritz Strassmann, descobriram que haviam outros produtos resultantes do bombardeio do urânio. Foi a descoberta acidental da fissão nuclear. Esse foi o pontapé inicial para a corrida nuclear, que levou não somente a diversos outros avanços científicos mas também a milhares de vidas perdidas.

E falando em coisas que surgiram com intuito de contribuir para a humanidade e acabaram levando a destruição do homem, devo citar dois destes: a pólvora e a dinamite.

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A pólvora foi descoberta de uma forma um tanto quanto curiosa. Alquimistas chineses tentando inventar o elixir da imortalidade misturaram salitre, enxofre e carvão. A partir daí descobriram que a mistura resultante queimava com uma chama púrpura.

No início a porcentagem de salitre era baixa (por volta de 50%), o que não permitia que a mistura explodisse quando incendiada, mas ainda assim ela era altamente inflamável.

Os primeiros usos da pólvora provavelmente foram como agente incendiário em guerras, até que mais tarde foi usada em fogos de artifício, outra invenção dos chineses.

Já a dinamite surgiu muito tempo depois. Alfred Nobel tinha a fama de explodir suas fábricas de nitroglicerina, um composto altamente explosivo e sensível, geralmente durante seu transporte. A história conta que Alfred Nobel estava trabalhando com nitroglicerina quando um tubo com o explosivo escapou de suas mãos e caiu no chão. Só que em vez de matá-lo, a nitroglicerina foi absorvida por serragem que havia no chão.

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A maneira que Nobel encontrou para estabilizar a nitroglicerina foi misturar a mesma com uma substância inerte, como pó de carvão, farinha, serragem e cimento, mas os resultados foram insatisfatórios, até que ele experimentou a lama em torno da fábrica, que era rica em fósseis de diatomáceas, e que se revelou ideal para estabilizar a substância.

explosivos

Nobel dedicou sua vida ao desenvolvimento de explosivos, mas para fins de construção de túneis e canais. No seu testamento havia a indicação clara para que fosse criada uma fundação que premiasse anualmente as pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento da Humanidade. Em 1900 foi criada a Fundação Nobel que atribuía cinco prêmios em áreas distintas: Química, Física, Medicina, Literatura (atribuídos por especialistas suecos) e Paz Mundial (atribuído por uma comissão do parlamento norueguês), assim surgiu o renomado prêmio.

Outros dois compostos químicos muito úteis à medicina também foram descobertos acidentalmente. A anestesia e a penicilina.

Durante os anos 1830, surgiu uma onda entre estudantes universitários de fazer festas conhecidas como “ether frolics” ou “brincadeiras com éter”. Eles descobriram que quando cheiravam o vapor do éter, ficavam muito loucos (que saudável, não é mesmo?).

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Na mesma época, o gás do riso, ou óxido nitroso, era demonstrado por vendedores por todo o país. Em 1844, um dentista de nome Horace Wells participou de uma destas demonstrações, e notou que um sujeito que havia cheirado o gás do riso se machucara e parecia não sentir dor.

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Em 16 de outubro de 1846, foi feita a primeira cirurgia com anestesia a base de éter etílico: um tumor foi extraído, e o paciente alegou não ter sentido dor alguma.

Em 1928, Alexander Fleming, escocês e professor de bacteriologia, voltou para o seu laboratório depois de um período de férias. Ele havia esquecido algumas placas com cultura de microrganismos em seu laboratório no hospital St. Mary, em Londres. Quando voltou da viagem, ele reparou que uma de suas culturas de Staphylococus tinha sido contaminada por um bolor. Ele notou que as bactérias não estavam crescendo em torno do molde. O bolor era o fungo produtor da penicilina, que foi introduzida na década de 1940, iniciando a era dos antibióticos.

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