Disclaimer: Personagens e universo original de ‘Harry Potter’ pertencem a J. K. Rowling; história ficcional e não-oficial escrita sem fins lucrativos.
Atenção: essa fanfic contém relacionamento amoroso entre duas mulheres. Se não gosta desse tipo de conteúdo, não leia.
Ship: Hermione / Cho Chang | Período: Pós-Hogwarts | Tipo: Shortfic | Classificação: +16
– VERÃO –
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Ah, o acaso… Tão prontamente disposto a nos pregar peças… Tão disposto a, mesmo sem querer, incinerar cotidianos minimamente atraentes de milhares e milhares de vidas. Confundir e incendiar – diga-se de passagem – como o mais violento dos verões.
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Falando em verões, essa história teve início no verão passado, quando tudo era apenas fim. Ou recomeço. Ou, quem sabe, um começo mesmo. O acaso, sempre presente nesta história, não pôde prever que nem tudo que se uniu, unido permaneceu. Porque o acaso não é previsível. Previsível é o fim. E ela sabia do fim.
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“Atenção, senhores passageiros do vôo 915 com destino a Pequim, última chamada para embarque no portão 6.”
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– Droga!
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O desabafo contrariado e atrasado de uma das protagonistas desta narrativa traduzia a força mágica do acaso. Por estar atrasada, a morena correu para o portão indicado. Por correr em direção ao portão 6, esbarrou violentamente em uma garota que pedia informação de um dos guardas do aeroporto. E por esbarrar nessa mulher, esta história teve início.
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– Mais que-
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– Desculpa, eu não-
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– Chang?
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– Granger?
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– Oi… desculpa pelo-
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– Não, tudo bem. – sorriu.
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– Que coincidência, você vai-
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– Pequim.
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– Vôo 915?
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– Esse.
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O acaso tem dessas coisas. Ora, não existiria verde se alguém, por acaso, não derrubasse, sem querer, um pingo de tinta amarela em um pote de azul. Seria o acaso, destino?
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– Eu não acredito! – Era Hermione Granger esbravejando aos quatro ventos.
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– 小姐,我们将尽一切努力找到你的行李.
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– Não, senhor…! Eu não entendo!
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– 不用担心…
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– Em inglês! Você não fala inglês?!
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– Não… inglês. – Ele tentava dizer com as poucas palavras que sabia do idioma.
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– Hermione? – Era Cho, que por acaso, passava por perto outra vez.
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– Cho! Salva a minha vida!
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– Cla-claro… O que-
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– Não encontro a minha bagagem… Preciso pegar um avião agora e esse cara não entende nada do que eu digo.
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– Ok. – a ex-Corvinal tentou acalmá-la, em seguida mirou o funcionário do aeroporto e usou seu melhor chinês. – 她想知道哪里是你的行李。
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– 是错误的。我们正在尽一切努力找到。. – o homem respondeu olhando-as como se fosse tudo muito óbvio.
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– Foi extraviada. Eles estão tentando localizá-la. – Cho traduziu de volta.
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– E eu faço o que até lá? Era uma escala! Uma escala! Eu preciso ir à Camberra hoje!
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– 是错误的。我们正在尽一切努力找到。– Cho voltou a falar com o homem.
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– 本人完全理解,先生。该公司将承担全部费用。
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– Ele tá dizendo que a companhia vai arcar com todas as despesas.
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– Eu não acredito que isso tá acontecendo…
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– 你不喜欢去?让你的地址,我们将送你的行李 – O funcionário voltou a falar.
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– Ele tá perguntando se você não prefere ir. Você deixa um endereço e eles enviam sua bagagem.
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– Eu não posso… – a grifinória respirou fundo.
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– Por quê?
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– Minha varinha… – Hermione sussurrou, sem necessidade, para que o homem não a ouvisse.
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– Tive que despachar…
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– Eu sei, eu também… Procedimento de segurança do Ministério da Magia. – Cho pareceu pensar. – Olha, a família do meu pai tem um hotel aqui em Pequim… Se você quiser… tenho certeza que consigo um quarto pra você até encontrarem sua bagagem.
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Hermione tinha resolvido seu assunto, mas algo lhe dizia que o assunto estava só começando. E o que era para ser apenas mera coincidência, foi o pretexto perfeito para merecidas férias de verão, como há muito Hermione Granger não tinha.
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Conhecer Cho Chang, Hermione não conhecia. Mas após a primeira tarde no hotel de sua família em Pequim, a grifinória se culpou mentalmente por nunca ter, de fato, tentado uma conversa amistosa com a chinesa. Era Harry. Sempre Harry.
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– Desculpa a indiscrição, mas… o que você vai fazer em Camberra? – Cho comia algo com auxílio do hashi.
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– Pegar outro avião… – Hermione levou à boca seu yakissoba. – Preciso chegar em Sidney…
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Como o olhar de Cho não dava a entender que estava satisfeita com a resposta, a grifinória desabafou:
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– Meus pais… preciso buscá-los. – e Hermione contou todas as difíceis decisões que precisou tomar para acompanhar Harry e ajudá-lo a encontrar as Horcruxes e destruir Voldemort.
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– Deve ter sido muito difícil pra você. Por que você não usa uma chave de portal ou algo mais rápido?
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– Eu… preciso fazer isso do meu jeito. – Hermione presenteou Cho com um par de lágrimas que a morena tão logo enxugou com a ponta dos dedos.
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– Você vai encontrá-los. Tudo vai ficar bem…
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– Eu sei… – e Hermione tentou sorrir. Seu choro era alívio. Os fins, finalmente, justificaram os meios.
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– Por que o Weasley ou o Harry não vieram com você?
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– Eu não quis… É o tipo de coisa que eu preciso fazer sozinha. – E aqui Hermione deu lugar a mais algumas lágrimas.
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– Vem cá… – Cho levantou e puxou Hermione pelo braço. – Vai dar tudo certo.
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E o abraço que se seguiu foi apenas o primeiro de muitos que viriam ao longo do verão.
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Por que, dentre todos os lugares do mundo, Hermione mandaria os pais para Austrália? Por que, dentre todos os vôos de Londres, Hermione iria no 915? Por que, dentre todas as estações do ano, Cho visitaria os parentes neste Verão? Era acaso ou destino?
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A Corvinal, muito sábia, não acredita em coincidências. Para ela, o mistério do acaso é um sinal do destino e deve ser respeitado.
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– Alguma novidade?
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– Sim. Acharam minha bagagem em Madagascar. – Hermione pôs o telefone no gancho. – Ela chega em uma semana. – Suspirou.
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– O lado positivo é que acharam. – Cho sorriu. – E você pode ter alguns dias aqui… eu posso te mostrar alguns lugares, ser sua guia… O que acha?
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– Eu não tinha planejado isso… a cada dia que passa eu… Nem sei…
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– Ficar pensando nisso não vai trazer seus pais aqui, vai?
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– Não…
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– Só tenta ficar bem… Pequim pode ser bem interessante.
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E, de fato, a capital da China se mostrou bastante interessante. O acaso, disfarçado de coincidência, entrou em ação novamente.
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– Você precisa conhecer o Palácio de Verão… é perfeito… tem jardins enormes, não se encontra em lugar nenhum do mundo.
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Quando foi que Cho Chang começou a olhar Hermione com outros olhos? Quando foi que se pegou encarando seus lábios e desejando saber qual gosto tinham? Qual foi o momento exato em que a ex-Corvinal teve certeza de que estava apaixonada pela mais nova amiga?
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– É lindo aqui, Cho. – Hermione estava no meio da ponte arqueada na parte externa de um dos sete portões do Palácio de Verão.
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– Eu sei… – a morena estava parada ao seu lado. – É meu lugar favorito.
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– Como é possível criar um lugar desses?
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– Ele foi construído na Dinastia Qing, em 1750, para homenagear a mãe do imperador. Levou 15 anos para ser concluído. – Cho pontuava tudo o que sabia sobre o Palácio de Verão enquanto voltaram a andar rumo ao jardim. – Cem anos depois, vocês ingleses junto aos franceses o destruíram.
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– Foi?
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– “Dois ladrões entraram neste museu, devastando, saqueando e queimando, e partiram rindo e de mãos dadas com os seus sacos cheios de tesouros; um dos ladrões é chamado França e o outro Britânia”. – Cho recitou. Hermione fez-se desentendida.
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– Quem-
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– Victor Hugo.
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Cho é Corvinal. Ela é assim.
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– Muito bem… – Hermione sorriu antes de subir em um dos bancos que margeavam o caminho do jardim. Muitos transeuntes a olharam. – Eu, Hermione Granger,-
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– Mione! Desce daí! – Cho pediu meio envergonhada, meio divertida.
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– Shh, não me interrompa, Chang. – Hermione pigarreou e voltou a falar impondo a voz. – Eu, Hermione Granger, peço-lhe, Cho Chang, humildes desculpas em nome de meu povo por ter invadido, saqueado e devastado o Palácio de Verão. Sinto-me profundamente envergonhada por seus atos e tudo o que eu puder fazer para que você nos perdoe, considere feito.
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Uma boa idéia pode vir de qualquer lugar. Às vezes, vem do passado. Mas, mesmo assim, as pessoas deveriam ser mais cautelosas com o que prometem. Uma promessa não cumprida, na China, é uma amizade perdida.
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Quando foi que Hermione começou a olhar Cho com outros olhos? Quando foi a primeira vez que imaginou andar de mãos dadas com a ex-apanhadora Corvinal? Qual foi o momento exato em que, intimamente, descobriu o que Harry havia visto nela?
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Ah, as coincidências… Tão atreladas aos dias que nem prestamos atenção nelas. Algo que acontece hoje, nesse exato momento em que lê estas linhas, pode significar um momento crucial daqui há uma semana, ou duas. Ah, as coincidências…
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– O que é isso, Chang? – Hermione estava obviamente fora do normal.
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– Putaojiu, Granger. – Nem Cho estava em total controle.
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Às vezes o acaso fica preguiçoso. Quando isso acontece, surge a necessidade do acaso provocado.
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– Você me embebedou…
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– É só vinho…
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Às vezes, o que a gente procura não é o que a gente procura, e sim o que a gente encontra. Teria sido o vinho a coincidência do primeiro beijo ou teria sido a vontade do primeiro beijo o consentimento para o vinho?
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– Cho…
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– Hm…?
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– A gente está juntas…?
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– Sim…
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– Hmm…
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– Você tá se sentindo mal pelo nosso beijo?
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– Estou me sentindo mal por não estar me sentindo mal.
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É preciso descrever a cara de felicidade de Cho? Bem, primeiro veio o sorriso instantâneo, em seguida seus olhos se estreitaram ficando ainda mais fechados – o que Hermione simplesmente adorava – e por fim, duas covinhas sinceras surgiram lado a lado em seu rosto.
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– Cho…
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– Eu.
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– Eu acho que estou apaixonada por você.
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Era tudo o que a Grifinória precisava dizer para ganhar Cho Chang para sempre. Claro, depois de uma noite intensa e romântica, onde apenas as paredes e os lençóis eram cúmplices de todo aquele envolvimento.
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– Cho…
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– Mione. – Estavam em um dos jardins do Palácio de Verão.
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– Devo partir depois de amanhã… – Hermione suspirou e a chinesa a abraçou por trás repousando o queixo no ombro da sua paixão.
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– Eu quero ir com você.
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– Quer?
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– Quero estar lá com você quando encontrar seus pais.
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– Você faria isso… por mim? – Hermione virou para encará-la violentamente nos olhos a fim de encontrar qualquer resquício de dúvida. Não o encontrou.
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– Eu faria qualquer coisa por você.
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Cho, encantada com Hermione, se colocou nas mãos do destino. E Hermione, absolutamente sem pensar, disse apenas três palavras absolutamente verdadeiras:
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– Eu te amo.
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Foi ai que Hermione se deu conta de que ninguém havia dito para ela o clássico “eu te amo”.
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– Nervosa?
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– Completamente.
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– Eu posso esperar aqui fora, um pouco de privacidade, talvez?
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– Não, quero você lá comigo.
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Ah, como eu disse, o acaso é, às vezes, generoso. Mais generoso do que a vida.
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– Filha…
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– Pai…
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– Filha…
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– Mãe…
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– Quem é essa?
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– É a Cho, mãe, uma amiga…
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Uma coisa eu posso lhes dizer, o acaso, muitas vezes, escreve certo por linhas tortas.
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– O que vai acontecer com a gente?
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– Eu não sei, Cho…
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– Vou sentir sua falta…
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– Eu vou morrer de saudade…
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– Podemos nos ver em Londres?
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– Claro, eu vou te esperar.
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E é assim, através do poder do acaso, que nossas personagens fizeram a realidade virar ficção.
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– Vamos ficar juntas, Mione?
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– Vamos.
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– Pra sempre?
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– Pra sempre.
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– Então, tchau…
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– Não. Não “Tchau”. Até logo.
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Mas o que o acaso tem contra Hermione?
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– Você não vem?
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– Não vai dar, minha avó ficou muito doente, terei que ficar uns dias aqui em Pequim.
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O que era para ser alguns dias, virou alguns meses.
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– Alô, Mione?
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– Oi, amor.
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E quando o acaso é cruel, as pessoas revelam sua verdadeira natureza.
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– Alô, Mione?
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– Oi.
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E a ficção, virou realidade de volta.
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– Alô, Mione?
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– Cho? É você? Ela não está, minha filha, mas eu digo que você ligou.
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E aquela voz que um dia foi um refúgio para Cho Chang, agora era sua única saudade.
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– Alô, Alô… Oi?
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– Alô, Hermione, por favor?
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– Você quer falar com a Mione?
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– Weasley?
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– Sim, sou eu. Quem é?
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– … É a Cho. Cho Chang.
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– Ok, vou chamá-la.
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– Ok.
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– Amor, a Cho tá no feletone e quer falar com você.
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Foi ai que Cho percebeu que o coração de Hermione já estava ocupado.
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– Cho? Você tá ai? Cho?
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O espanto de Hermione era de tirar o fôlego. Mas não o seu, é claro. Cho sabia que era uma questão de tempo. Afinal, o verão não dura para sempre.
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Olá, pessoal. Essa fic eu escrevi há alguns anos e o Mário, aqui do blog, me encorajou a postá-la. Espero que vocês gostem, mesmo quase todo mundo odiando a Cho. Comentem o que acharam, ok? Tenho algumas outras fanfics e quem sabe não posto mais por aqui, né?
Malfeito, feito. Nox.