Apesar do nome, o Spoiler Pipoca não vai te dar spoiler (nem pipoca). Sente e aproveite.

Eu sinto que todo diretor que eu cito, já começo falando “é um dos meus diretores preferidos”. No caso de Edgar Wright, sem dúvida alguma, ele é sim um dos meus diretores preferidos. Eu sou um grande fã de humor, amo comédia, assisto os mais derivados o possível do humor, mas esse homem me fez ver o humor de um jeito diferente. O cinema de Edgar Wright trabalha muito bem com  comédia. O diretor possui uma ótima assinatura, tanto nos roteiros, quanto no visual. Se você não o conhece, venho aqui contar um pouco da minha admiração pelo diretor.

O primeiro filme que eu vi de Edgar Wright foi Scott Pilgrim vs The World. A premissa do filme já é surtada, o jovem Scott se apaixona pela Ramona. Para poder namorar, Scott precisa derrotar todos os últimos 7 ex namorados da Ramona, simples. É claro, o enredo em si não é mérito de Edgar Wright, o filme é uma adaptação dos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley.

O que chama tanto a atenção para Scott Pilgrim vs The World é o fato que todo aquele universo é muito similar a um video game. Sendo assim, esse filme é um dos melhores filmes sobre games, e nem sequer é um filme de games. A assinatura visual do filme já mostra um universo um pouco surreal.

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Durante todo o filme, outra grande surpresa, é aparição de onomatopeias na tela. Em uma das cenas, Scott bate sua cabeça em uma árvore e na tela a palavra “tonk” aparece diversas vezes. Em qualquer outro filme isso poderia parecer inútil, ou até mesmo irritar um pouco, mas não em Scott Pilgrim vs The World. Tanto as onomatopeias, como outras frases pulando na tela, trazem uma essência a mais para o filme.

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Na questão do humor, Edgar Wrigth inventa situações mirabolantes que funcionam no filme. A direção dele não é preguiçosa. Em uma das cenas, Scott chega na cafeteria, e conversa com alguns personagens. Nessa cena, basicamente tudo o que eu citei até agora é possível de ser notado. Já começando pela excelente direção de Edgar, partindo para algo bizarro e único, como a boca de uma personagem sendo censurada enquanto ela fala palavrão — detalhe é que Scott percebe que sua boca fica censurada e pergunta como ela consegue fazer isso. A cereja no bolo fica por conta da aparição de outra personagem, na frente de um pôster seu, e quando sai da frente, a posição em que estava era exatamente igual a do pôster. Algo simples, porém genial e nada preguiçoso.

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Caso ainda não tenha assistido Scott Pilgrim vs The World, espero que venha a ter interesse e veja o filme. De resto, ainda temos no filme situações de quadrinhos, uma banda fictícia, cenas de ação muito boas e piadas sobre games. Contando ainda com uma cena de créditos iniciais fantástica.

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Além de Scott Pilgrim, Edgar Wright foi diretor de uma trilogia chamada de “Trilogia do Sangue e Sorvete”. Essa trilogia inteira é uma forma de fazer paródia tanto com a Trilogia das Cores, como filmes de zumbis, filmes policiais e filmes de invasão alienígena.

Nessa trilogia, tudo o que citei antes sobre o cinema de Edgar Wright também vale. Dessa vez me foco um pouco mais na comédia do diretor. Já devo ter citado antes, mas digo novamente, a sua assinatura é marcante. As situações de comédia são diferentes das que estamos acostumados a assistir nos filmes que estão sendo lançados recentemente. Claro, é uma união de roteiro e direção que fazem o cinema de Edgar Wright ser tão bom assim. 

Shaun of the Dead é o primeiro filme da trilogia. Aqui temos a paródia de filmes de zumbi. Cada um dos filmes possui uma cor que os representa — a cor também remete ao sorvete Cornetto, a trilogia também é conhecida como “A trilogia dos três sabores de Cornetto” — e essas cores explodem na tela durante os três filmes.

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No primeiro filme, é claro, os clichês sobre zumbis estão no meio, mas aqui em forma de paródia. O primeiro contato com um zumbi é, de muitas formas, engraçado. Ao decidirem atacar o monstro, os protagonistas pegam uma caixa de vinil e escolhem aqueles que não gostam mais de escutar para acertarem no zumbi. Parte minha fica triste que um dos discos escolhidos tenha sido o da trilha sonora do Batman de 89.

Em uma das melhores cenas, enquanto estão espancando um zumbi, ao fundo é possível ouvir uma música do Queen que encaixa perfeitamente com as batidas que estão dando no zumbi. A cor predominante do filme é o vermelho.

Em Hot Fuzz, o segundo filme da trilogia, os filmes de policial ganham uma paródia. Aqui eu sinto que foi o filme com mais assinatura do Edgar Wright. Um dos tipos de piadas mais presentes é daquele tipo que o personagem diz “isso não pode acontecer” e quando cortam a cena, acontece exatamente o que ele dizia que não poderia acontecer. Edgar Wright faz com que piadas bobas possam ser engraçadas enquanto você assiste. A cor predominante é o azul.

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Já no último filme da trilogia, The World’s End, Edgar Wright não perde a mão. Agora a paródia trata sobre filmes de invasão alienígena, onde um grupo de amigos se reúne para beber em cada um dos pubs disponíveis em determinada área, acabando em um que se chama “Fim do Mundo”. A cor predominante é o verde.

A trilogia inteira é protagonizada por Simon Pegg e Nick Frost que possuem uma sincronia sem igual. Alguns outros nomes também aparecem durante todos os três filmes. A trilogia não é tão conhecida, mas é muito boa. O humor é destaque único, durante o terceiro filme, por vários momentos tive de pausar, pois simplesmente não conseguia parar de rir das piadas.

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Edgar Wright era o diretor de Homem-Formiga, porém via o filme de um jeito que o estúdio não concordou. Azar da Marvel. O filme em si, me pareceu ter muita coisa de assinatura de Edgar Wright, que escreveu parte do roteiro. Não sabemos ao certo o quanto de humor feito por Edgar Wright está ali, ainda assim, é visível que parece ter muita coisa que saiu da cabeça do diretor.

Deixo aqui um vídeo que explica ainda muita coisa sobre o trabalho de Edgar Wright. Lembrando também que sugestões para próximos temas são bem vindas, deixe aí um comentário e até semana que vem.

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