Apesar do nome, o Spoiler Pipoca não vai te dar spoiler (nem pipoca). Sente e aproveite.

O filme “Violência Gratuita” ou “Funny Games” se preferir, se tornou um dos melhores que eu já vi na vida! Eu sou uma pessoa totalmente medrosa, demorei umas 3h para assistir um filme que tem duração de 109 minutos. Já pela metade, eu não consegui largar o filme, que me consumiu. Deixo aqui a sinopse, mostrando o porque de eu estar com muito medo de assistir esse filme.

Uma família em férias recebe a inesperada visita de dois jovens profundamente perturbados em sua casa de campo, aparentemente calma e tranquila. A partir de então suas férias de sonhos se transformam em pesadelo.

O nome original “Funny Games” deixa um suspense maior do que o filme se trata, já em “Violência Gratuita”, o nome diz tudo. São dois jovens que chegam em uma casa e acabam torturando uma família por pura diversão e prazer, as torturas são físicas e psicológicas. O que esse filme tem de tão interessante assim? Ele te faz imaginar. As cenas de tortura não são mostradas, você escuta gritos, você ouve o prazer dos torturadores, é agoniante pensar nisso, são coisas que você não queria imaginar, você se entrega ao filme e assim fica perplexo com o que está vendo em tela.

No início do filme, temos essa adorável família dirigindo e ouvindo música clássica, é tudo belo, até que durante os créditos iniciais uma música de rock pesado com inúmeros gritos toma conta da tela, conseguimos ver o que está chegando. 

Como eu já disse antes, e não considero spoiler, o filme não mostra as cenas de violência e te faz imaginar o que anda acontecendo. A pressão psicológica que os torturadores causam é perturbadora. Mesmo depois de assistir o filme fiquei pensativo e meio perturbado, em um filme de suspense, quando o ser humano é capaz de causar tanta maldade, isso me deixa enjoado. 


Os visitantes inesperados chegam 

Dizendo serem enviados pelos vizinhos, os rapazes chegam e se apresentam de forma educada, parecem ser atenciosos e vestem branco, tentando mostrar que são boas e simpáticas pessoas. Pedindo favores a família, logo os visitantes passam a ser irritantes e a sensação de desconforto começa.


A tortura começa

Machucando o pai da família, e logo depois levando a família para a sala, os torturadores ainda tentam convencer os moradores que eles são pessoas do bem. Dizem que apenas machucaram o pai pois ele os atacou primeiro, logo foi um acerto de contas. Em uma série de conversas ameaçadoras, os torturadores se mostram cada vez mais doentes.


Os joguinhos iniciam 

Prendendo a criança em uma capa de almofada, em uma cena agoniante, os torturadores dizem que não é nada mais que um jogo, no qual prenderam o gatinho dentro do saco. Pedem que a mãe da criança faça algo inusitado, ao recusar eles enforcam a criança, e então pedem que o pai também participe da brincadeira, assim sendo, a mãe concorda e atende o pedido dos torturadores.


Uma cena triste e brilhante

Ao atender o pedido dos torturadores, aqui é um dos auges do filme, onde a mãe realiza o pedido, porém nada se mostra além de seu rosto, o rosto dos torturadores, e de seu marido. Chorando de desespero, e com uma sensação de estar sendo derrotada e humilhada, a mãe realiza o desejo dos torturadores sem reclamar.


A primeira morte não mostra o cadáver (não de início)

Os torturadores fazem uma aposta com os moradores, dizem que até às 9h do dia seguinte, os três vão estar mortos e os torturadores livres. Um dos torturadores deixa a sala, e o segundo ali permanece escolhendo quem será sua primeira vítima. O torturador escolhe sua vítima e a mata, porém nos primeiros minutos não se é revelado quem foi a primeira vítima do torturador, em um jogo psicológico com o espectador, ficamos imaginando o pior, e quem foi a primeira pessoa a morrer.


A icônica “cena do controle”

Meus amigos, criem tudo, mas não criem expectativas. Pela metade do filme, temos uma cena que quebra a quarta parede, um dos torturadores fala diretamente com a câmera, logo está falando diretamente com o público, e ele diz algo do tipo “Você está torcendo por eles, não está?”. Durante o filme inteiro, estamos torcendo pelos personagens “bonzinhos”. A cena do controle apenas nos mostra o quanto nós podemos ser babacas e esperançosos, esse filme vai mexer com seus sentimentos, vai te deixar triste, enjoado, e com raiva. 


Quebrando a quarta parede

Durante algumas cenas, um dos torturadores quebra a quarta parede, percebe que está em um filme, e nos deixa ainda mais desconfortáveis com o que estamos assistindo. É genial.


Um remake brilhante 

Michael Haneke, o diretor do filme, lançou em 1997 a versão alemã de Funny Games. Uma década depois, resolveu fazer a versão norte-americana, na qual decidiu recriar o filme, quadro por quadro, sem nenhuma alteração. Ainda não assisti a essa versão, é algo que pretendo ver em breve, porém do que eu pude assistir, a segunda versão é totalmente fiel à primeira desse filme. Nas imagens acima, você pode notar a semelhança com o primeiro filme.


Armas de brinquedo, medo de brincar 

Apenas a título de curiosidade, o nome da matéria é uma brincadeira com a música do Engenheiros do Hawaii “A Violência Travestida Faz Seu Trottoir”. 

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