Uma das pesquisas mais recentes do Museu Paraense Emilio Goeldi, publicada sob a liderança da Dra Silvia Pavan em parceria com colaboradores da University of New York City e da Universidade Federal do Pará, traz registros de uma criatura peculiar, mas que não é estranha aos povos da Amazônia. Trata-se de um pequeno mamífero sorrateiro, obscuro até então para a ciência, que Pavan batizou de Monodelphis saci em homenagem ao ser que povoa o imaginário do Norte.
Foto A.O. Maciel
Segundo a pesquisadora, além de servir como homenagem ao folclore nacional, o batismo do animal também se deve às semelhanças que divide com a crendice mais popular do Brasil, uma vez que a parte superior de sua pelagem apresenta uma tonalidade mais avermelhada do que o restante, predominantemente marrom, que seria equivalente ao capuz vermelho do Saci original.
Da mesma família que os gambás – chamados no Norte de mucuras -, o saci não mede mais do que 10 centímetro de comprimento, com estruturas físicas indicando que pode viver tanto sobre a terra quando sob ela. O bichinho e sua recente descoberta chamam atenção a um questionamento importante: o quanto ainda falta sabermos sobre nossa própria região?
Ainda segundo a Dra Pavan, a pesquisa em torno do mamífero pode levar a novos desdobramentos de estudos tanto sobre a diversidade e a distribuição biogeográfica da espécie quanto sobre a preservação da mesma.
Capa: ilustração de Joa Santos para o game Guerreiros Lendários