Fazia algum tempo que tinham me indicado o filme Relatos Selvagens, apesar de não assistir de imediato, esse nome ficou na minha cabeça por muito tempo até que um dia decidi assistir. Bem, não sei se já contei por aqui, mas eu tenho um vício de não ler sinopses, eu simplesmente pego algo para assistir e assisto, e com Relatos Selvagens não foi diferente.
As vezes a vida foge do nosso controle e o que resta são nossos instintos mais naturais para nos ajudar a sobreviver. Nesse post eu não pretendo entrar a fundo no filme em si, mas sim em alguns pensamentos que o filme me fez ter. O longa, dirigido por Damián Szifron, traz nele diversas histórias sobre seres humanos passando por situações difíceis, que os levam a sentir seus sentimentos mais primitivos e acabam sendo… selvagens. No filme, temos 6 histórias que narram temas como vingança, desconforto, passados sombrios, noites de acidentes, corrupção, loucura, inveja e ira.
A abertura do filme é excelente, nos primeiros momentos vamos conhecendo levemente sobre o que o filme trata, apesar das histórias não possuírem ligação aparente, em todas elas pode-se dizer que a morte é um tema recorrente. Todas as histórias contadas são boas, e isso o torna um filme excelente que fala do ser humano de uma forma coerente.
Em uma situação de desespero, você certamente já imaginou uma solução desesperadora, porém nada ética. Agora imagine que por um segundo você resolve seguir seu impulso e tomar a decisão mais selvagem o possível, fazendo de ti um simples ser irracional. Esse é o principal foco do filme.
O filme, como é de se esperar, traz várias e várias reflexões sobre o ser humano e todos os seus estados. Você se sentiria culpado em ver a morte de uma pessoa que foi responsável pela morte de um ente querido? Você teria coragem de matar alguém que matou uma pessoa da sua família? O que poderia acontecer no dia do seu casamento a ponto de te fazer não querer mais se casar? Se você atropelasse alguém por acidente, iria se esconder? Você já sentiu tanta raiva de algo que quis literalmente explodir qualquer coisa só para se sentir bem? As decisões que te beneficiam precisam ser obrigatoriamente éticas? Essas são algumas reflexões que brotam no filme.
No longa, também podemos ver que mesmo em seus momentos mais miseráveis e insanos, o ser humano ainda é capaz de gargalhar da situação e manter uma certa calma e inteligência para lidar com as situações. Existem várias análises de psicólogos sobre o filme na internet, basta dar uma procuradinha no google que já aparecem algumas. Cheguei até a ler um relato ou outro de estudantes que assistiram o filme em aulas de filosofia por indicação dos professores.
As histórias contadas possuem um pouco de humor negro, e sempre te fazem questionar alguns valores éticos da nossa sociedade. Então siga o meu conselho: procure o filme, o assista e depois reflita um pouco sobre ele, você vai adorar e vai ver que a frase “rindo de nervoso” nunca fez tanto sentido assim antes.