A Marvel não erra nunca, nunquinha! Pelo menos não em seus filmes. O estúdio vem trazendo bons filmes durante os últimos 10 anos e nesse tempo decepcionou poucas vezes. Entre seus filmes existem filmes bem ruins, filmes medianos, bons filmes, ótimos filmes e o filme do Pantera Negra. O novo filme da Marvel é tão bom que pode garantir uma reformulação no gênero e definir o tom dos próximos sucessos da empresa.
Os eventos do filme se passam bem próximos dos acontecimentos de Guerra Civil, onde T’Chaka, o pai de T’Chala, é morto em uma explosão. Sendo assim, T’Chala deve ser coroado o novo rei de Wakanda e governar o seu país. Mesmo que ainda conte com algumas inseguranças, T’Chala prova a si mesmo que é a melhor opção para governar Wakanda.
A vida em Wakanda é harmoniosa e cheia de paz, o país é o mais desenvolvido de todo o mundo, lá não existe fome ou miséria e pelos seus avanços tecnológicos é possível curar o ferimento de uma bala em questão de horas. Toda essa harmonia é apenas um combustível que aumenta a vontade de busca por justiça do “vilão” Killmonger.
Aqui eu entrego um pensamento que passou durante minha cabeça em várias partes do filme: Killmonger era mesmo o vilão?
No filme, Killmonger segue os mesmos princípios do pai (que foi morto injustamente apenas para proteger uma mentira) e achava que não era justo que Wakanda virasse as costas para o resto da comunidade negra ao redor do mundo e não os ajudassem enquanto eles eram massacrados injustamente. Claro que não vou entrar em spoilers aqui, pois não quero estragar a experiência para quem ainda não viu o filme, mas vale a pena olhar para o “vilão” com um olhar mais crítico e identificar se ele foi o verdadeiro vilão do filme ou não.
Certamente Killmonger é um dos “vilões” mais memoráveis do Universo Marvel. Ele apresenta uma motivação crível e diálogos marcantes, incluindo uma frase que ele solta no final do filme que será memorável durante anos.
T’Chala é um ótimo Pantera Negra, mas o herói não seria nem metade do que é sem a ajuda das personagens femininas do filme. De cara, sua irmã Shuri é a principal responsável pelo avanço tecnológico do país e é a mente brilhante por trás de todos os equipamentos do Pantera Negra, desde seu uniforme até dispositivos que a permitem controlar um carro da Coreia em Wakanda. E por falar em Coreia, as cenas que se passam no país foram de tirar o fôlego, em especial a cena de luta em plano sequência em um restaurante Coreano.
Outras personagens femininas marcantes são as Dora Milaje, o exército de Wakanda. As Dora Milaje são simplesmente magníficas em tudo o que fazem, são bravas guerreiras que protegem todo o reino. Em uma cena no início do filme, vemos que o Pantera Negra só conseguiu completar sua missão pois contou com a ajuda da líder das Dora Milaje, e em uma cena no final do filme, as guerreiras lutam contra Killmonger em uma das melhores cenas do filme inteiro, onde a coreografia ficou impecável quando as guerreiras lutam em perfeita sincronia.
Pantera Negra não entrega só um bom entretenimento, como também entrega um filme maduro com muita representatividade e questões importantes sobre assuntos que estão ecoando na sociedade hoje em dia. O filme é importantíssimo nos dias de hoje, mostra personagens fortes com problemas e situações reais, traz a verdade para ser dita na tela do cinema e marca um grande passo positivo no universo da Marvel nos cinemas.
É claro que a empresa não vai deixar de fazer filmes engraçados e cheios de piadas, pois existem certos personagens que precisam ter filmes que seguem essa fórmula, mas certamente o tom de Pantera Negra pode ser usado em Vingadores: Guerra Infinita e entregar outro filme brilhante desse universo.