Olá, leprechais! Eu tive que voltar aqui para dizer umas coisas para vocês, grilos lutadores do amanhã-melhor. Sim, eu sei: a vida é difícil e você ama os tutoriais. É sempre mais fácil alguém pegar na sua mão para mostrar o caminho.

E é para isso que estou aqui: pra te ajudar. Mas foi por um motivo: a estreia da coluna “Pixelua” aqui no blog, do colega gamer Érick Fernandes que nos trouxe o texto “Por que 1998 é o melhor ano dos vídeo games?

Li a matéria e refleti; lembrando de uma conversa com meu avô, quando ele me pediu, após um gole de café preto: faça a árvore genealógica da nossa família, pois os velhos se vão e os novos se esquecem que eles foram.

Assim, vem comigo, que eu te mostro hoje em breves linhas  a indústria dos games que tanto amamos chegou ao ótimo ano de 1998!


Então, vocês curtem Resident Evil? E ainda mais da história de filme B do segundo capítulo da série? Pois saibam que antes do Hóspede Maldito, houve…

Alone in the Dark ( 1992)

Em minhas férias de 1995 (pelo Uno, eu tinha 16 anos!) joguei muito 3DO. Além de outros games (como Road Rash, Samurai Shodown, Out of ths World), acabei com uma cópia de um game estranho, que me fazia tremer de medo: um detetive é contratado para solucionar um caso suspeito na Lousiana dos anos de 1920.

Sim, Alone in the Dark  já tinha sido lançado para PC em 1992, mas eu não tinha ideia do que era um game de horror. Os cenários pré renderizados de cara me arrancaram um misto de estranheza e encantamento mórbido. As mecânicas de “tanque” , ao mesmo tempo que eram irritantes, faziam crescer a sensação de impotência frente aos desafios sobrenaturais daquela mansão assombrada.

SPOILER ALERT!

Dizem que a adaptação do 3D0 para o game do studio infogrames foi digna. Não cheguei a terminá-lo (shame on me!); mas certamente a trama Lovecrafteana preparou meu espírito para a chegada de Resident Evil no ano seguinte. E, claro, para o game supremo do survival horror: Silent Hill (1999). E ah, Parasite Eve.

Vejamos o que vem em seguida. hum… Marvel x Capcom: Clash of the Super Heroes! Bom, sem…

Fighters Megamix (1996)

Do que seriam os crossovers? Não sei, talvez a Capcom não tivesse se animado a ponto de desenvolver a sua própria versão do gênero. O game obscuro da Sega reuniu heróis first party (tipo a galera do Virtua Fighter e Fighting Vipers, afora outros personagens da franquia Sonic). O estilo poligonal  manteve a aura de fighting game técnico que a série Virtua Fighter já havia consagrado. Mas não se engane: no Saturn essas coisas não pegavam.

Aliás, o que pegou nesse vídeo game? Pobre Saturn! 

Não quero me deter nisso, mas uma informação: clique no link  do maior portal de reviews para ver como foi crítica e público receberam a consagrada franquia Marvel x Capcom. Será que vai pra geladeira (como foi o Fighters Megamix)? Só o Uno pode saber, pois só Ele sabe da importância de…

Chrono Trigger (1995)

Que Xenogears que nada. Histórias mirabolantes, idas e vindas em mundos, tempo e espaço, personagens cativantes, sistemas de batalhas maravilhosos, e uma trilha sonora de arrancar lágrimas… é no game da Square! Produzido por mitos (Sakagushi & Cia), o game me fez pirar o cabeção com sua história repleta de referências a mitologia e História. Foram meses no SNES levando Chrono e sua turma  ao passado, presente e futuro para derrotar a rainha má.

Não adianta se esconder nas clareiras de florestas…

Esqueçam Tenchu (e suas mecânicas de evasão), Thief ( e o uso de sombra e sons para se esconder) e Metal Gear Solid (e camuflagens e mimimi), pois…

Castle Wonfenstein (1981)

Lançou as bases para todos os games com a premissa do esconde-esconde! Tá, é um game obscuro: para o Apple II (não é smartphone, please!). Mas está lá o fundamento: você é um espião, que tem que encontrar documentos secretos; foge de guardas, se disfarça (os guardas reagem aos sons de armas, e reconhecem como inimigo se você não estiver disfarçado).

Eu já vi isso em algum lugar… 

Será? Então senta que lá vem a história!

Geograph Seal (1994)

Enquanto preparava essa matéria, tratei de pesquisar sobre games de plataformas em 3D. Para meu espanto, nada de Mario 64: o game criador do gênero é esse aí. Um shooter em 1a pessoa, onde o gamer é lançado em ambientes amplos, dando saltos triplos e uma física de percepção de espaço.

Arrmaria

O game foi lançado para o obscuro PC X68000 da Sharp, servindo apenas de base para todos os outros games que viriam após ele, aproveitando sua mecânica refinada. Fique com vontade de testá-lo…

Assim como…

Duna II (1992)

Porque eu amo o universo criado por Frank Herbert. Lançado para PC pelo studio  Westwoods na era DOS, o game solidificou as gerações seguintes do gênero. Situando o gamer nas guerras entre impérios estrelares na busca pela “especiaria” apenas encontrada no planeta Arrakis, Duna II não faz parte do cânone da franquia (muito embora use de suas histórias), tendo um port para o Mega Drive da Sega ( !?).

Cute…

Bom, para terminar quero falar sobre um game que está perdido na cronologia das revoluções das mecânicas…

Mega Man Legends (1997)

Tenho que desapontá-los, todos os que imaginavam que a mira de travamento automático foi uma invenção de Nintendo em The Legend of Zelda: Ocarina of Time. O primeiro game a apresentar essa ideia foi a versão action-adventure da franquia Mega Man. Mega Man Legends foi lançado para o todo poderoso PlayStation, tendo mais duas sequências, que não alcançaram sucesso e popularidade como a da série clássica. Apesar do próprio Inafune declarar que a série “Legends” é a sua preferida, ela flopou. Não se engane: quando alguém lhe disser “mimimi Zelda inventou o Z targeting”, lembre-se que Mega Man Legends deu os primeiros passos nisso.

Medo

Curtiram? Espero que sim! Pois logo mais eu volto para continuar a saga, pois como eu aprendi: os velhos vão e os novos esquecem quem eles foram.

To be continued…