Elas estão aí e não é para brincadeira. Dentre os diversos destaques que tivemos ao longo do ano, sem dúvidas, as mulheres são um dos maiores. Seja na ficção ou na vida real elas mostram o quão habilidosas, inteligentes, duronas, furiosas e apaixonantes podem ser. Vamos fazer uma rápida retrospectiva pra ver como as mulheres comandaram 2015?
Começando pela minha área favorita, direção:
Dois dos melhores filmes que assisti esse ano foram dirigidos por mulheres. Selma (que oficialmente foi lançado em 2014, mas só estreou no Brasil em 2015), conta a história das marchas de Martin Luther King Jr. da cidade de Selma a Montgomery, pelo direito de voto aos afro-americanos. O filme foi dirigido por Ava DuVernay, que dá um show, com muito planos com câmera na mão, estilo documentário, visto que o filme é baseado em fatos reais, Ava colocou sua marca no filme. Eu particularmente achei muita injustiça ela não ter sido indicada a categoria de melhor direção pela Academia, já que o próprio Selma foi indicado ao Oscar na categoria melhor filme. Ava também confirmou que não irá dirigir o filme solo do Pantera Negra.
Nossa representante nacional é a Anna Muylaert por Que horas ela volta?. Ana que já tinha trabalhado no roteiro de O ano que meus pais saíram de férias, outro grande filme, dirigiu essa obra prima do cinema nacional que infelizmente não entrou na lista de indicados ao Oscar, mas foi premiado em grandes festivais, como o Sundance e o Berlim Film Festival.
No filme vemos a história de Val, interpretada por Regina Casé (se você conhece a Regina só pelo Esquenta, aconselho você a pesquisar um pouco, a mulher é um ícone do cinema brasileiro), que se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica (muita gente vai se identificar com essa personagem). Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.
E o que dizer das séries?
Tivemos grandes estreias, continuações e impecáveis atuações nas séries desse ano. Orange is the New Black, Supergirl, How to Get Away With Murder e Blindspot têm protagonistas marcantes, mas vou falar daquela que eu mais gostei: Jessica Jones.
Que badass! Jessica Jones, interpretada por Kristen Ritter, ganhou minha simpatia no primeiro episódio. A garota é uma investigadora particular, inteligente, que cai na porrada com os bandidos, passa por diversos perrengues e não pede a ajuda de ninguém. Preciso dizer mais alguma coisa?
A série conta com um dos vilões mais maneiros do universo Marvel e com outro grande personagem conhecido dos fãs (não vou dar spoiler). A primeira temporada gira em torno do conflito que Jess tem com esse vilão, a relação que ela teve com ele no passado que ainda a assombra, e um assassinato causado por este acabará cruzando seus caminhos novamente.
Além dela, a série está recheada com personagens femininos fortes. Temos Trish Walker (Rachael Taylor), uma “meia-irmã” que não quer precisar de Jess para se defender, além de Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss), uma advogada que não mede esforços para conseguir o que quer.
Meu conselho: assista a série o quanto antes.
E os discursos?
Além das merecidas premiações, elas disseram o que pensam e o que querem da indústria. Patrícia Arquette não teve medo ao reivindicar salários e direitos iguais a Hollywood. Ela soltou o verbo ao receber a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante por Boyhood. Além dela, Viola Davis também desabafou ao receber o Emmy: “A única coisa que diferencia as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade”, disse Viola ao receber o prêmio.
E é claro, nossas estrelas do cinema.
Nossa Imperatriz Furiosa mostrou o quão durona uma mulher num mundo pós-apocalíptico pode ser. Charlize Theron mostrou que cabeça raspada e a falta de um dos braços não diminui a beleza de ninguém. Ela deu vida a essa anti-heroína que, cá entre nós, é a protagonista do filme.
Durante a história vemos Furiosa sequestrando (leia-se resgatando), as esposas de Immortan Joe, também conhecidas como “Five Wives”, e é nesse instante em que elas cruzam o caminho de Max, que a partir dali precisará da ajuda delas se quiser sobreviver.
Dá uma olhada em como atriz idealizou a personagem nesse vídeo do Nerd News:
Atenção: Spoilers de Star Wars – O Despertar da Força
Fechando com chave de ouro. A linda Daisy Ridley arrancou suspiro de todos em O Despertar da Força. Interpretando Rey, uma garota que teve sempre que se virar sozinha para viver, descobre que tem a força dentro de si (e a força é super forte nela) e agora tem a responsabilidade de enfrentar o lado negro, além de cuidar da Millenium Falcon (coisa pouca).
É muito irado ver a Rey resolvendo os problemas da Millenium Falcon com tamanha habilidade, deixando o Han Solo desconsertado, vê-la resistindo ao controle mental de Kylo, aprendendo a usar a força e dando uma surra de lightsaber no mestre dos Cavaleiros de Ren. Estou muito curioso para descobrir como será o desenvolvimento dessa personagem.
Isso foi só um pouco do que rolou de girl power nesse ano. Espero que muitas mais mulheres que nem essas apareçam com mais trabalhos maravilhosos em 2016!