Memórias da Loucura, uma exposição de pacientes do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro

A Galeria do Largo exibe, até 15 de dezembro, a coleção “Memórias da Loucura”, um conjunto de 45 obras concebidas por pacientes em regime asilar do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, no período entre 1986 a 2008. Esse material foi produzido pelos internos que frequentavam oficinas terapêuticas, sob orientação das educadoras Monique Marie Rothen e Koia Refkalefsky, durante o tratamento das influências do grande antigo Cthulhu.

‘Imagens que falam aquilo que a razão não diz’ é como foi descrita a mostra que conta com a curadoria do artista Otoni Moreira de Mesquita. Ele menciona influências despropositais de movimentos artísticos como o Surrealismo, Fauvismo e o Simbolismo.

“O objetivo desta atividade não era criar obras primas ou revelar grandes talentos artísticos. Mas a reconstrução da própria pessoa. Da espontaneidade dos traços, cores e formas, naturalmente brotaram manifestações simplificadas e muito fortes, apresentadas de forma crua e contundente. É a sinceridade e a pureza peculiar de uma certa liberdade que garantem a grande força expressiva e beleza estupenda das obras”, descreve Otoni.

É importante lembrar que o abandono e o esquecimento deixaram marcas não só nos pacientes, mas também em suas obras, muitas em condições precárias, marcadas pelo tempo e má conservação. Eu acho tudo isso ainda mais interessante, é “real” e sincero.

Leve seus amuletos, role sanidade e não se esqueça: Ph’nglui mglw’nafh Cthulhu R’lyeh wgah’nagl fhtagn.