Enquanto o primeiro livro de Franck Thilliez, “A Síndrome E”, mergulha no universo do cinema mesclado a teorias de conspiração, sua segunda obra, GATACA, sobe as pontes de hidrogênio da bela escada em espiral que é o DNA, e nos mostra o que quatro letrinhas – G A T C – podem fazer.
(Apesar de GATACA não ser a continuação de “A Síndrome E” eu a recomendo por ser importante para entender os protagonistas e suas atitudes).
GATACA é um romance policial que segue a investigação da morte de uma jovem cientista na jaula de um chimpanzé. Ao que tudo indica, o próprio animal cometeu essa atrocidade. Porém, mais crimes aparecem como o achado dos restos mortais de uma família de neandertais nos Alpes e a descoberta do corpo de um geneticista brutalmente assassinado em sua residência. Os queridos personages Lucie Henebelle e Franck Sharko assumem as investigações e, junto a eles, vamos nos envolvendo cada vez mais nesse universo sombrio.
A primeira coisa que chama a atenção é a beleza da Biologia apresentada no livro. Ele é uma aula de Genética, Evolução e Palentologia de uma forma acessível a qualquer tipo de leitor. Foi uma surpresa agradável ver temas, que normalmente só são encontrados em livros da área, num thriller policial.
Mas o que realmente desperta o interesse é que um livro situado na França cita, logo nos primeiros capítulos, Manaus, com pistas apontando pra cá. Além de querer desvendar o crime, você fica tentando descobrir o papel da cidade em tudo isso. Impossível não abrir um sorriso ao encontrar no livro locais e paisagens que nos são tão familiares.
Mesmo sendo um bom livro policial, a escrita de Frank Thilliez não é primorosa. Alguns parágrafos são desnecessários e cansativos. Contudo, os dois fatores citados acima chamam tanta atenção que fazem esse detalhe parecer insignificante.
Portanto, recomendo a todos, mas principalmente àqueles que nunca entenderam ou gostaram de genética e evolução. É uma chance para que esses temas consigam fascinar vocês.
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GATACA no Cinema
Manaus pode ir parar nas telonas: os direitos da série foram adquiridos pela produtora americana Indian Paintbrush Pictures (em associação com a Paramount), que já atuou na produção de longas de Wes Anderson e Jason Reitman. A primeira adaptação será a do intrigante A Síndrome E, que vai contar com o roteiro de Mark Heyman, responsável pelo roteiro do Cisne Negro.