É com maior orgulho e com grande prazer que escrevo para vocês hoje. Agora, sentem-se e espero que relaxem enquanto eu lhes apresento uma obra-prima de três grandes amigos. ‘História de Manaus em Quadrinhos’ conta a vida da cidade em três momentos: Colônia, Império e República (não confundir com outra saga, please) e tem 32 páginas.
Neste mês de outubro, a capital de Mustafar amazonense apaga mais uma vela, comemorando 346 anos. E mesmo com tanta idade, muitos desconhecem sua história. E isso pra mim já é um bom motivo para publicar um quadrinho.
Mas Sarah Gabriela Farias, Evaldo Vasconcelos e Alberto Jean Fermin tiveram uma ideia melhor: fazer uma revista inteira só com a nona arte dando uma boa e lúdica aula sobre Manaus. Então, no início deste ano, eles apresentaram o projeto ao Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e foi recebido ‘com muito interesse’, de acordo seu presidente, Márcio Souza. “Nesse projeto, nós discutimos a cidade e fazemos as pessoas observarem o que está ocorrendo ao redor. Conhecer a nossa história é fundamental nesse processo, por isso a revista”, disse Souza.
O quadrinho de 32 páginas possui roteiro de Evaldo Vasconcelos e arte de Sarah Gabriela Farias com finalização de Alberto Jean Fermin. A pesquisa foi baseada nos livros de Etelvina Garcia, jornalista e historiadora, que também foi consultora do projeto durante toda a sua elaboração, para garantir a maior precisão dos fatos apresentados.
A história é apresentada em 3 momentos: Colônia, Império e República. O ponto de partida são as primeiras incursões portuguesas ao Norte do Brasil, passando por Belém Ajuricaba fundando o Forte do Presépio, subindo o rio e chegando até onde seria a cidade de Manaus.
A revista então foi integrada ao circuito de palestras “Manaus em Debate” que acontece no terceiro trimestre do ano e em algumas escolas da rede pública de ensino, levando especialistas na cultura, desenvolvimento e história da cidade para palestrar e discutir com os alunos do ensino médio, fazendo-os repensar sua relação com Manaus e sua responsabilidade na construção do futuro.
A desenhista Sarah Gabriela conta ter ficado surpresa com o resultado, já no lançamento. “Quando falaram que a revista ia ser distribuída de forma gratuita, já voou uma galera pra formar fila e pegar o seu”, recorda. Você pode acompanhar tudo pela fanpage.
“Foi legal ver a receptividade ao nosso trabalho. Sabes como quadrinhos ainda são vistos como arte menor, não-arte ou entretenimento somente. Agora é correr pra fazer novos projetos, que estavam na gaveta só aguardando pra saírem do papel. Na verdade, pra irem pro papel”, disse Alberto Jean Fermin.
O cuidado com a precisão dos fatos foi uma das dificuldades do trabalho: “como resumir mais de 300 anos de história em 32 páginas? Selecionar os fatos e momentos mais importantes mostrou-se a preocupação central do trabalho”, contou Everaldo.
Além disso, resgatar personalidades importantes e desconhecidas do público jovem, como o estadista Lobo D’Almada – destaque do período Colonial-, mostrar as origens de grandes patrimônios arquitetônicos como a Igreja da Matriz, o Porto Flutuante, o Mercado e contar parte da história de instituições de grande relevância para a cidade como o Gymnasio Amazonense, a Universidade Livre de Manaus, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) também são partes centrais do quadrinho.
O quadrinho teve um tempo de produção total de 6 meses , desde a apresentação do projeto até a impressão, passando por 2 meses de pesquisa e elaboração de roteiro, 2 de desenho e arte-finalização e os últimos 2 meses para correções, ajustes e impressão.
Ufa! Cansei só de escrever. Viu como dá trabalho? Então, aproveita para conhecer mais as produções locais e aguardem: tem mais coisa do trio vindo por aí.