K-pop ainda é desconhecido por muitas pessoas, mas em Manaus existe uma boa quantidade de grupos de dança que fazem homenagens aos seus ídolos. Eu não conhecia o K-pop até que minha priminha decidiu me mostrar, então acabei vendo que em Manaus o cenário existe. Resolvi trazer uma série de postagens para divulgar um pouco mais esses grupos e para que mais pessoas possam conhecer o trabalho dessa galera que dança aqui na cidade.
Segue uma introdução feita pela Suzy Melo, uma moça que manja muito de K-pop e que fez questão de explicar como funciona o cenário local. Ficam aqui os meus mais sinceros agradecimentos.
“K-pop (também conhecido como Onda Hallyu) é abreviação de Korean Pop, música pop coreana. O estilo surgiu no começo dos anos 90. Muitas coisas chamam atenção ao conhecer o estilo. Uma delas é que as músicas tem uma batida própria, daquelas que você escuta e já imagina: “É oriental, certeza”. Outra coisa que chama bastante atenção é a produção dos clipes (chamados de MV), que são quase sempre bem produzidos e com um visual que com certeza irá prender a sua atenção e até mesmo causar estranheza pela diferença dos clipes que estamos acostumados a ver.
Se tem uma coisa que é um grande atrativo para os MVs são as coreografias. 90% das músicas de K-pop tem uma coreografia, nem que seja só um refrãozinho bem discreto. E é disso que os kpoppers mais gostam. Tanto que muitos aprendem e reproduzem, e outros levam tão a sério isso que acabam se juntando com amigos para formar grupos covers onde dublam e dançam como os idols.
O estilo começou a ter destaque no Brasil mais ou menos em 2008 com a ajuda da internet. Aqui em Manaus começaram a rolar encontros e reuniões de fãs em 2011. Na época, havia menos de 100 pessoas ativas no grupo do Facebook, o Kpop Manaus, que hoje passa de 1.500 membros.
Em 2012, os primeiros grupos foram formados e começaram a se apresentar em eventos como Anime Jungle Party e Mostra Cosplay do Sesc. Com o tempo, foram ganhando mais espaço e, assim, mais visibilidade. Desde então já aconteciam pequenas competições de dança. A coisa começou a ficar mais séria a partir de 2013, com a criação do OMG KPOP, que veio para somar e ajudar na divulgação e organização de eventos voltados pro K-pop e pra Cultura Coreana.
O nosso maior sonho é um evento só de K-pop aqui na cidade, que até então ainda não pode ser executado, mas acreditamos que isso seja apenas uma questão de tempo.
Temos também atualmente a DAEBAK, que é uma festa totalmente voltada para os fãs de K-pop, onde os DJs são amantes do estilo e tocam tudo que o público mais gosta. Já aconteceram duas edições, a última tendo sido agora em junho de 2016, e que foi um sucesso. Há chances de acontecer uma terceira edição ainda esse ano.
Outro evento que é tão aguardado pelos fãs do estilo é o Anime Jungle Party, onde há o espaço dedicado aos Kpoppers: a Tenda K-pop. Lá você pode dançar as músicas que você gosta, seja solo ou em grupo. E pra aqueles que levam mais a sério a dança, também temos no evento o Concurso de Dança, onde os solos e grupos fazem apresentações dublando e reproduzindo as coreografias originais de cada música – valendo premiação em dinheiro, além de troféu e medalha.”
As primeiras entrevistadas foram as garotas do Phoenix Dance Group. O grupo é formado pela Becky Brenlla (líder), Dandara Mello, Flávia Araújo, Ivy Mendonça e Rebeca Aliek. Além das meninas, também colaboram alguns amigos que aparecem no vídeo a seguir, sendo eles Benjamin Junior, Hericles Oliveira, Raphael Kiyoshi, Renan Elamid e Rodrigo Angelim. Confere aí uma apresentação das meninas e a entrevista em seguida:
MN – Como funciona a criação de coreografias no cenário local?
PDG – Os grupos de danças de K-pop daqui fazem mais covers. As coreografias já estão prontas, então trabalhamos com a pesquisa de vídeos que estejam visivelmente bons para aprendizagem e levamos para os ensaios, normalmente com um aprendendo e passando para o restante. Nós, assim como alguns grupos, também dançamos músicas americanas onde colocamos coreografias autorais na maioria das vezes, mas o nosso foco é na cultura coreana.
MN – Como surgiu a ideia de criação do grupo?
PDG – Começou como um projeto temporário com meninas que não se conheciam direito, mas que tinham a vontade de dançar em comum, além da admiração pelo K-pop. Na época não havia um grupo cover de K-pop aqui de Manaus só com meninas, apenas mistos, daí surgiu a ideia de levar algo diferenciado e estamos desde abril de 2013 nos palcos.
MN – Como foi a primeira apresentação?
PDG – A nossa primeira apresentação não foi muito trabalhada e combinamos faltando pouco tempo para o evento que queríamos. Erramos em muitos pontos e por conta disso não tivemos nenhum reconhecimento, claro, mas depois disso nos avaliamos e fomos evoluindo a cada apresentação.
MN – Quais as inspirações para o grupo?
PDG – Nos inspiramos no grupo de k=K-pop 4MINUTE. Apesar delas já terem finalizado seus contratos, nós admirávamos muito suas apresentações e a forma como se relacionavam amigavelmente e pensamos: ”Queremos trazer isso para gente”, daí surgiu o cover. O que nos inspira a continuar nesse caminho é realmente amarmos o que fazemos. O K-pop é um estilo muito bem trabalhado e animado.
MN – Quais as dificuldades de ter um grupo desses em Manaus?
PDG – Umas das dificuldades que enxergamos é que ainda não temos muitas oportunidades para mostrar nosso trabalho aqui na região além do espaço que o Anime Jungle Party nos oferece, onde somos o grupo oficial do evento. Então temos essa dificuldade que é a limitação de ter apenas esse local para nos apresentarmos. Esperamos que o K-pop aqui seja divulgado cada vez mais e que assim apareçam mais oportunidades!
MN – Quais são os grandes planos para o futuro do grupo?
PDG – Temos objetivos de tornar o grupo mais profissional, maior e de até mesmo realizar outras coisas além da dança. Como ainda são planos que estão apenas no papel e sendo revisados, preferimos não divulgá-los. Quem continuar nos acompanhando irá saber.
Você pode acompanhar o trabalho das meninas no Facebook, YouTube e Instagram. Em breve, mais grupos de dança Manauaras vão passar por aqui.