Quem foi no Carnanerd deve ter visto um carinha bem conhecido dando um rolê na pista enquanto o DJ tocava. Ninguém menos que o R2D2! Bem, ele e seu construtor, Humberto Gadelha, técnico de eletrônica e analista de sistemas de 30 anos, apaixonado por robótica.

Um vídeo publicado por Mapingua Nerd (@mapinguanerd) em

Mas o droid astromecânico de Star Wars não foi sua primeira incursão na área. “Em 2012 comecei a pôr a mão na massa, sem trocadilho, com a construção da prótese de uma mão. Parei por não ter as peças certas”, me contou. “Sempre gostei de robótica, programar e construir. Pretendo fazer um curso na área de robótica. Mas enquanto isso estudo o assunto”.

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A ideia de construir o R2D2 surgiu como trabalho de faculdade, em 2012, criando um projeto para uma mostra. “Minha ideia era sobre visão computacional (reconhecimento de rosto, cor, movimento) mas faltava algo pra chamar atenção. Foi quando minha noiva sugeriu fazer um R2D2. Uma semana depois comecei a pesquisar e testar qual seria a melhor forma pra ele andar”.

Pensou em tecnologia de ponta? Que nada, Humberto improvisou com materiais de fácil acesso: Para o corpo adaptei um papercraft em escala natural. Fiz a cabeça em isopor e, para andar, dois carros de controle remoto ligados por cano de PVC”, conta.

Só que não foi tão fácil assim. As primeiras tentativas, segundo ele, foram desastrosas: “Deu tudo errado. O PVC aparecia, a cabeça estava na cor errada, o papel era mal acabado, o andar falhava… resumido: não deu certo”. Humberto ainda tentou desenvolver o projeto para a mostra do ano seguinte, mas novamente deu tudo errado: “Errei na ligação dos componentes pra andar”, explica.

Ainda assim, ele não desistiu e resolveu retomar a construção do droid após o TCC da faculdade. “Aprendi com os erros e comecei de novo. Com papel Paraná na parte dos “pés” e laterais que se ligam ao corpo. Duas cartolinas em volta de dois discos de isopor para o corpo. Na cabeça meia bola de isopor pintada, com papel colado também no corpo com as características do r2d2 original. Para andar são dois carros, desses que dão cambalhota, ligados a um circuito de carro de controle remoto total. Os carros são ligados nos pés com muita cola quente e lego”.

Sucesso – De Público e Crítica

Dessa vez deu certo. E a felicidade foi tanta que o droid chegou a figurar no casamento de Humberto: “Ele seria meu padrinho, mas na correria acabou ficando em casa. Depois peguei ele e tirei uma foto no final da festa”. Acho que o Humberto ganhou o concurso de nerdice desse ano.

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Não foi só no casamento que o robozinho fez sucesso. Orgulhoso da sua obra, Humberto levou R2D2 pra passear em Manaus, chamando a atenção de muita gente e figurando em fotos e vídeos pela web.

“As pessoas querem saber como funciona. Um grupo de jovens de fora de Manaus, no dia em que fui ao largo de São Sebastião, gostaram muito e me perguntaram se era de esteira, como um taque de guerra, se era de alguma faculdade…  Mas a melhor recepção é a das crianças: falam que é do filme, querem tirar foto, ficar perto”, conta.

 

Passando o conhecimento adiante

O interesse das pessoas despertou no inventor a vontade de passar adiante seu conhecimento. Ele criou uma escola de robótica, a Robótica Manaus, para, segundo ele, “ajudar alunos que tem projetos de faculdades, cursos técnicos pra apresentar, mas, principalmente, para difundir a robótica entre os jovens. Criar campeonatos, montar times para competições nacionais e, quem sabe, internacionais”.

Os cursos não têm pré-requisitos, a ideia é começar do zero e aprender na prática, com alguns protótipos, como prótese de mão, braço robótico, carro robótico, carro jogador de futebol e, claro, o R2D2. E ele ainda tem muitos outros projetos em andamento, como um mini submarino, uma simulação de inteligência artificial com interação de perguntas e respostas e… um BB-8, que está em estágio inicial.

A escola tem três meses de existência e disponibiliza cinco cursos, com turmas de, no máximo, seis alunos. As aulas são ministradas em sala com câmera e transmissão via internet, para que pais e responsáveis possam monitorar com senha.

Confira abaixo as informações e os cursos disponíveis:


Controle de Motores e Engrenagens – R$ 60
Sensores – R$ 50
Visão Computacional (Reconhecimento de cores e rostos) – R$ 75
Fala  – R$ 65
Lógica de Programação (possibilidades e ações da maquina, engloba todos os módulos) – R$ 85

Duração: módulos de 1 mês.
Horários: manhã e tarde, duas vezes na semana.
Local: Edifício Zumira Bittencourt – Centro
Inscrições e Informações: (92) 98267-4537 – roboticamanaus@gmail.com


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