Depois de 11 anos (é, onze anos), finalmente resolvi dar uma chance a Lost. Até meu pai já tinha assistido tudo e eu, atrasada como sempre, enjoada como frequentemente, nada. Como sou professora e adoro usar vídeos em sala, surgiu a oportunidade de fazer uma aula extra com um episódio mais longo, e na unidade o tópico era justamente “perdidos na floresta”. Perguntei a uns amigos de trabalho sobre o piloto da série e se era viável usar em sala para alunos entre 13-15 anos, e tcharam! Eis que estava eu às 5 da tarde de uma quarta-feira, numa sala escura, vivendo o primeiro episódio da tão famosa série junto com meus alunos. Resultado: eu e mais 2 resolvemos continuar assistindo. Jackpot!
Alguns meses depois, consegui terminar tudo. E olha, que alívio. Foram vários dias assistindo dois ou mais episódios de uma vez só pra conseguir acabar rápido. Quando cheguei à última temporada foram 6 ou 7 episódios por dia!!! Ou seja, em um final de semana senti todas as emoções que várias pessoas sentiram anos atrás, por vários dias e com longa espera. Sem comentar o final porque né que m*rda, fiz a pergunta título do post: “E se Lost fosse em Manaus?”. Com ajuda dos queridos mapinguas e de alguns amigos, venho aqui me divertir com vocês mostrando a lista de comparações loucas que conseguimos fazer. Se você é que nem eu, vai o aviso: SPOILER ALERT!
The Island | A ilha
A primeira vai ser bem óbvia. Manaus é uma ilha. Pronto, meio caminho andado. Além disso, nossa cidade tem uma das passagens para Agartha, o que é reconhecido mundialmente. Um lugar cheio de mitos e lendas, paraíso dimensional, do jeitinho que Locke já tinha sacado na primeira temporada. “Things happen in this island. Wonderful things“.
The Black Smoke/Monster | A fumaça negra/Monstro
O que mais aterrorizava nossos queridos perdidinhos! O lado negro do yin do yang, o Caim do Abel. Parece que ele conseguiu sair da ilha de Lost e veio dar uma passadinha na nossa ilha esses tempos. Quem não acordou e olhou o céu todo cinza e fumaça pra todo lado? Acontece que na verdade era o monstro tentando achar novas vítimas, pessoas não merecedoras. Ele pode ter avisado sua chegada com aquele “UUUUUHHHH“, mas deve ter sido tão dentro da floresta que a gente não escutou, né? Já sabe o que fazer agora: viu fumaça? CORRE!
Desvio Espaço-Temporal
Uma das dificuldades de morar aqui é saber que tudo chega depois. Chegou filme que você quer ver lá pras outras regiões? Vai chegar aqui um mês depois. Tem livro novo que você adoraria comprar? Nas livrarias locais, só daqui uns 5 meses. A sociedade em outros lugares parece ser mais evoluída que a nossa? Estamos alguns anos atrasados. Assim como em Lost, Manaus sofre desvio espaço-temporal. Talvez não com tantos pulos no tempo, mas com certeza vivemos em uma realidade paralela. O importante a gente já sabe: ache sua constante! O Desmond já tá ocupado.
Backgammon | Jogo de gamão
O jogo favorito da ilha que de alguma forma (magia negra, provavelmente) acabou voltando com os Oceanic 815. Graças a Walt, que encontrou o jogo, gamão era um dos entretenimentos disponíveis além de jogar golfe, fazer um jardim, dar apelido aos outros ou caçar javalis. O jogo tem duas cores de peça, preta e branca, e é representado pela marca da região, o Encontro das Águas. Tenho certeza que tiraram a ideia daí. Será que o monstro só não queria mesmo jogar um pouquinho já que tinha perdido seu parceiro?
Drive Shaft
You all everybody! You aaall everybodyy! A famosíssima banda britânica de um só hit. Saudades, Charlie. “Everybody” é aquela música chiclete que toca na rádio mil vezes e nunca mais sai da sua cabeça. Lembra algo? A banda Carrapicho, dona da grande música “Tic Tic Tac (Bate Forte o Tambor)” e que aparentemente só fez um hit também. Se fosse pra um trecho de música ser repetido constantemente, sem que ninguém soubesse direito o resto da letra, com certeza seria esse: Bate forte o tambor, eu quero é tic tic tic tic tac!
The Heart of the Island | O coração da ilha
Toda ilha precisa de um coração s2. Mas falando sério, a descoberta do coração da ilha de Lost foi uma magia só. Entre Manaus e Boa Vista existe uma falha ecológica, parte do aquífero Trombetas, que se estende de São Paulo até o norte, mais precisamente Presidente Figueiredo. Água pura, isenta de impurezas ou substâncias, com valor de mercado inestimável. Ou seja, é preciso proteger esse lugar dos homens, pois dessa intrusão surgiria apenas trevas e destruição. Portanto, chegamos ao papel do Jacob.
The Guardian of the Island | O guardião da ilha
Jacob, aquela relação de amor e ódio, dono da porra toda. Era ele que protegia a ilha e pegava pessoas sofridas pra provar coisas a seu irmão malditão. Ainda ser humano, mas cheio dos poderes especiais (meio musa, meio Deusa, meio feiticeira). Pra proteger a nossa floresta, temos o Mapinguari, que não é tão bonito assim mas cumpre seu papel muito bem obrigado e nós somos eternamento gratos!
“We have to come back!” | “Nós temos que voltar!”
Férias, ah, férias! Ficamos o ano inteiro esperando esse momento chegar e, como a maioria dos manauenses, é de praxe pegar a família inteira, arrumar as malas, e ir levar alguns caldos em Fortaleza (Rio, para outros). Tudo é muito divertido de início, muita praia, muita alegria. Mas depois de alguns dias é só pele queimada, dor e sofrimento. Por que? Porque nós nunca deveríamos ter ido embora!!!! Tudo aconteceu porque nós saímos!!! Nãaaaoooo!!!! Fazer o quê, né? A gente volta…