No dia 19 de junho, às 18:30, no Teatro da Instalação acontece a estreia do curta-metragem “Aquela Estrada”, dirigido por Rafael Ramos.

O filme conta a história de Omar, que sai em uma viagem pela estrada com pessoas desconhecidas, em busca de respostas e um novo ânimo para a vida.

Rafael Ramos conversou com a gente, confere só a entrevista.


MN – Gostaria de contar um pouco da sua carreira para nossos leitores?

RR – Então, tudo começou no tempo que fazia um programa de cinema chamado Set Ufam (o embrião do que é hoje o CineSet), que passava no canal universitário. Era um projeto de extensão do curso de comunicação da UFAM. Foi lá que me veio o interesse de deixar de ser um espectador para me tornar realizador. Saí do programa e fui filmar um documentário chamado “Ali na Esquina”, que era sobre a vida noturna das  travestis de Manaus. É um documentário. bem amador, mas a energia e a empatia das personagens caiu na graça do público e da curadoria da Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, organizada pelo Núcleo de Antropológica Visual da UFAM, na época coordenado pela professora Selda Vale. O curta-metragem ganhou 3 prêmios na Mostra e depois ganhou melhor documentário no festival universitário. Essa euforia de ter o primeiro trabalho reconhecido foi o que me motivou bastante a estudar cinema, a buscar aperfeiçoamento, e, tempo depois, a migrar pro gênero da ficção. 

MN – Como surgiu a ideia para realizar o curta?

RR – Surgiu da vontade de falar de algo que sempre permeou minha vida, que foi a estrada. Desde a infância as grandes viagens que eu fiz foram na estrada com meus pais indo pra Venezuela, Peru, Bahia, Acre, etc. Depois na adolescência fui ganhando um gosto maior pelos road movies, e já no começo da faculdade fui conhecendo a galera da geração beat: Kerouac, Ginsberg, Burroughs, etc. Enfim, essa relação aproximativa que tinha com o tema e, também adicionado ao fato que na época fazia um curso de roteiro em São Paulo, foi fundamental para desenvolver a história. 

MN – É difícil realizar um projeto desses em Manaus?

RR – Bastante, porque os valores dos editais que temos – por mais importantes e fundamentais na fomentação dos trabalhos audiovisuais da cidade – ainda não são suficientes para pagar as contas de um filme, como por exemplo a pós-produção. E isso implica demais no resultado final do trabalho. 

MN – Existe algum outro futuro projeto em mente?

RR – Sim. No momento estou trabalhando numa história inspirada num conto do escritor chileno, Alejandro Zambra. 


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Achou interessante? Então apareça lá no Teatro da Instalação e prestigie o cinema amazonense. Vale a pena lembrar que a entrada é gratuita. Semana que vem a crítica do curta sai aqui no blog.