Um dos maiores e mais tradicionais clubes do Amazonas, o Rio Negro Atlético Clube está bem longe dos bons resultados no futebol: no campeonato deste ano amargou a 7a colocação e se despediu com uma derrota de 5 a 0 para o maior rival. Já são 18 anos sem um título estadual.

Agora, o clube de 106 anos resolveu apostar nos e-sports para voltar a comemorar, anunciando seletivas para montar um time de Garena Free Fire, um battle royale para mobile lançado em 2017.

A ideia partiu de um torcedor, o designer Josef Magalhães, de 25 anos, que joga Free Fire há pouco mais de 1 ano. Segundo ele, a vitória do time do Corinthians no campeonato mundial fez com que ele procurasse a diretoria do Galo.

“Eu fui sozinho, nervoso, a primeira vez eu não consegui falar com o presidente, mas na segunda vez eu consegui, e quase tive um apagão das ideias de tão nervoso que eu estava. Expliquei tudo para o presidente e ele topou logo de cara.”, conta Josef, também conhecido no meio gamer como Jotta Pride.

Josef Magalhães, o Jotta Pride, joga Free Fire há mais de 1 ano.

A iniciativa não parece ter enfrentado resistência nem entre os torcedores mais tradicionais. “Vi um comentário engraçado e motivacional vindo das pessoas da tradição Rio Negrina, que dizia: “Eu não sei nem o que é isso, mas se é do Galo eu já sou fã e fico na torcida”, conta Josef.

O jogo é extremamente popular no Brasil e o seu cenário competitivo tem crescido, inclusive na cidade. Um torneio promovido pela loja Player Games no mês passado contou com 48 times. “São diversos campeonatos, é um fluxo muito grande, talvez algo jamais visto se tratando de jogos eletrônicos. Me arrisco a dizer que o fervor e o fluxo batem de frente com as nossas eternas lendas “Counter Strike” e “The King of Fighters””, ressalta.

Responsável pelas seletivas, Josef explica as características que aumentam as chances dos candidatos: “Buscamos o diferencial, M1014, AWM e Lança-granadas. Para pessoas que dominam essas armas damos um pouco mais de atenção, mas outras podem chegar agregando muitos valores mesmo sendo um dominador do básico.”, explica.

O clube tem feito testes na categoria solo e de squads. “Está indo como previsto da parte da galera que joga solo, mas nos grupos de squad não temos muito fluxo. Mesmo assim temos um número considerável de inscritos. Com a sala personalizada feita para 48 players solo, nós somos 5 e as vezes 6 teladores para analisar cada jogador”, conta Josef.

Quem estiver interessado em participar precisa se inscrever na sede do clube (Rua Epaminondas – Centro, em frente à Praça da Saudade) e pagar uma taxa de R$ 10 para jogadores solo e R$ 30 para squads. Josef explica que o valor será usado nos gastos posteriores do próprio time formado.

“O Rio Negro Free Fire irá investir todo o dinheiro arrecadado para as lines que serão formadas com as peneiras. E tudo que arrecadamos até agora não vai dar para fazer muita coisa, vou estar investindo do meu próprio dinheiro pessoal para cobrir as despesas até conseguirmos um patrocínio.”

A dificuldade que os times de futebol do estado enfrentam para conseguir patrocínio não preocupam Josef, que acredita que a coisa deve ser mais fácil no e-sport: “Iremos conseguir vários patrocínios fortes e bem rápido, pois temos o que eles querem: público, futuros clientes e muitos olhos que estarão voltados para a marca patrocinadora. Eu lido com o fluxo enorme de pessoas nas redes sociais e sei muito bem o que o Atlético Rio Negro Free Fire pode proporcionar. Até agora batemos todos os recordes de reações, comentários e compartilhamentos em todos os portais e redes sociais que nos anunciaram. Graças a essa união e força única que é o publico do Free Fire, que, desde o inicio, a intenção é unir e crescer mais e mais com essa molecada que tem um talento nato para o jogo.”, declara.