Quem nunca ouviu falar do famigerado caso do “Chupa – Chupa” em Colares, no Pará, que atire a primeira pedra. A operação prato foi a maior investigação ufológica do mundo, e mesmo depois de 30 anos, o mistério que cerca os terríveis extraterrestres nunca foi revelado por inteiro. Será que a verdade, realmente, está lá fora?
No estado do Pará, quando se encontra algo sobrenatural, de difícil explicação, costumamos chamar de “Visagem”. E embora o termo se limite apenas aos “Espritos” (Espíritos), algumas vezes, ele também é usado para se falar de E.T’s.
Eu tenho uma tia que morava em Colares na época do “Caso Chupa-Chupa”, ela sempre me dizia que parecia cena de filme de guerra. O toque de recolher, o pânico das pessoas correndo pelas ruas e os vizinhos procurando ajuda quando algum conhecido tinha sofrido um ataque. Eu era muito nova na época, e não assimilava a situação que ela me contava, até vivenciar algo bem medonho naquela cidade.
Eu devia ter entre 10 e 12 anos, e nesse período morava no sul. Nas férias de fim de ano vim passar as férias no Pará, e chegando aqui meus pais decidiram passar uma semana na casa da minha tia em Colares. Cidade pacata, com poucas ruas asfaltadas, e iluminada por lampiões… Postes de luz, só na rodovia principal, era digna de cidade da década de 40. Como toda criança inocente, ali eu vi diversão, afinal, estava com meus primos. O que podia dar errado?
A rua da minha tia não era asfaltada, era uma estrada larga, de terra batida e com alguns buracos. Ao lado direito tinha um mato alto, restos de uma casa abandonada e muitas árvores. Ao lado esquerdo, apenas uma casa no início da rua e um terreno baldio atrás. A distância da entrada da rua, para a casa da minha tia, devia dar umas 3 quadras aproximadamente e só a partir da casa dela é que tinha os lampiões iluminando o resto da estrada.
Meus pais e meus tios foram ao centro da cidade beber, ver jogo e conversar. Nesse mesmo dia, eu já tinha visto algo estranho no céu, que emitia poucas luzes, e ficava girando e voando para lá e para cá, como se estivesse desenhando algo. Não era uma avião, muito menos um helicóptero. Eles não teriam capacidade de fazer movimentos tão rápidos. E muito menos era um drone, que ainda não existiam nessa época. Só sei que eu fiquei com medo e insisti para minha mãe deixar eu ir junto, para o bar. Como o local não é lugar de criança, minhas primas foram junto para me fazer companhia.
No meio da noite, todo mundo se divertindo, começou um chuvisco. Minha mãe preocupada comigo, pediu a minha prima mais velha para me levar até a casa da minha tia. O trajeto não era longe, mas era uma boa pernada. Para que não fôssemos só nós duas, minhas outras primas vieram junto, e com um único guarda chuva, que fui segurando, e elas ao meu lado, fomos todas andando na beira da estrada até chegar na rua.
Ao chegarmos na entrada, aquela paisagem que vimos pela manhã e já era meio esquisita, se tornou uma paisagem macabra. A noite deixou a rua bem escura no início, e a luz do lampião não era tão forte, só iluminava metade da rua para trás. Naquela chuva fina mas que dava para molhar, olhou uma para cara da outra, morrendo de medo, tentando arranjar coragem para continuar. Foi então que uma das minhas primas deu a ideia de todas darmos as mãos e ir cantando até chegar na casa. Fizemos isso. Enquanto andávamos pela estrada lamacenta, olhei para o lado do matagal, foi quando vi um vulto branco correndo e sumir na casa abandonada. Parei na hora. Elas também pararam e me olharam receosas, perguntando o que tinha acontecido. Quando eu ameacei falar alguma coisa, ouvimos um som muito, muito bizarro. Não era som humano. Alguém poderia dizer que era uma pessoa tentando nos assustar, mas mesmo depois de tantos anos, eu ainda lembro desse som e não era nada que um ser humano pudesse emitir, não de forma natural. E quem iria assustar a gente, quase onze horas da noite, na chuva, e no meio do mato, com algum equipamento eletrônico?
Depois desse barulho, foi uma por todas e todas por nenhuma (risos) – Todo mundo correu o mais rápido que pôde, e eu ainda atolei minha chinela na lama, não queria sair de jeito nenhum, deixei a chinela e fui correndo descalça mesmo. Olhei para trás, vi minhas primas correndo e ao fundo, uma luz fraca saiu do mato e sumiu no céu. Depois que chegamos na casa da minha tia, aos prantos e desesperadas, meus outros primos ficaram com medo também e fechamos a casa. No dia seguinte, quando meus pais e tios chegaram e contamos a história, ninguém acreditou, embora minha tia tenha dito que vez em quando acontecem coisas do tipo, por lá.
Depois do ocorrido, com os ânimos mais calmos, ficamos sabendo que um homem havia se enforcado naquela noite. Minha avó disse que era o espírito dele procurando oração, ou nos assombrando. Porém, pelo o que eu vi, e o que eu me lembro, aquilo não foi uma simples visagem. Foi uma situação que marcou minha infância e que eu jamais esquecerei. Eu já moro há muito tempo em Belém, mas se eu já voltei em Colares depois disso? (Risos). Não tão cedo.
Meu nome é Polly e esse foi meu relato. O que aconteceu naquele dia ainda é um mistério… E você, tem algum relato?