Eu lembro bem da minha animação para assistir Star Wars: O Despertar da Força, eu simplesmente não parava de falar sobre o filme. Já a animação para Rogue One diminuiu um pouco (apesar de eu achar esse o melhor filme do universo Star Wars), em Os Últimos Jedi o hype ficou bem pequeno (apesar de gostar demais do filme) e em Han Solo: Uma História Star Wars o hype foi absolutamente zero.
Ao assistir o filme, eu percebi que meu hype deveria estar ali mesmo, sendo inexistente. Não digo que o filme é ruim, pois realmente não é, tem até cenas muito boas que gostei de ver sendo exploradas nesse universo de Star Wars, mas meu amigo, minha amiga, tem coisa coisa ali que me incomodou bastante.
Bem, primeiro de tudo, Harrison Ford como Han Solo é inigualável. Em nenhum momento eu esperava que a atuação de Alden Ehrenreich fosse tão memorável quando a do Harrison. E ainda indo mais a fundo, logo cedo entrou na minha cabeça que esse filme é só uma forma de se contar uma história e que pouco importa quem vai estar atuando ou não, só que aí veio meu maior questionamento: Qual é essa história que querem contar? Essa história tem importância?
E, por final, acabei achando que a história não tem importância nenhuma.
Claro que é sempre é bom ver coisas do universo Star Wars no cinema, mas vamos analisar um pouquinho do filme agora. De início temos uma pequena introdução das motivações do jovem Han, e confesso que eu até que comprei o casalzinho do filme, achei fofinho.
Em seguida chegam algumas cenas que foram as minhas preferidas, não vou entrar em spoiler, mas uma dessas cenas explora o lado do império na história e como eles se viam como os grandes heróis. Gostei de ver o foco indo para esse lado, e depois veio uma cena de assalto a um trem que é de longe a melhor do filme inteiro.
A cena do assalto me lembrou bastante um game, cada personagem ali tinha sua função e vi que cada personagem poderia ser um personagem jogável em algum game de equipe. A cena é realmente fantástica e tem um peso emocional muito grande… mas depois dessa cena esse peso emocional é jogado no lixo e o filme desanda.
Novamente, não é que o filme seja ruim, mas é um filme tão ok. E isso é uma grande pena, pois no filme temos Thandie Newton (que pra quem assiste Westworld sabe que essa mulher é a dona da série), Woody Harrelson (ator fantástico em Onde Os Fracos Não Tem Vez e Três Anúncios Para um Crime), Donald Glover (fantástico em Community e brilhante como Childish Gambino) e Emilia Clarke (a fucking Daenerys). São atores que por si só já dariam um espetáculo, mas o roteiro aqui não ajudou tanto.
Algumas das coisas que me incomodaram foi o fato do filme dar explicações desnecessárias, por exemplo a origem do nome Han Solo e do apelido do Chewbacca, são coisas que não fazem diferença nenhuma, só surgiram para que os fãs pudessem ligar com coisas que já sabem sobre o universo Star Wars.
Outro problema do filme é que não conseguimos nos importar com algumas cenas, sabemos que alguns personagens ali vão morrer ou simplesmente desaparecer ao final do filme e que dificilmente serão vistos novamente no cinema, então não dá pra se importar porque sabemos que não vão ter importância nenhuma no futuro da saga. Nesse aspecto, o roteiro não tenta ao menos ser mais ousado ou menos preguiçoso. Em Rogue One por exemplo, a gente sabia que os rebeldes morreriam no final antes mesmo de assistir ao filme, mas cada morte ali teve um impacto importante e fez com que a trilogia clássica tivesse um peso ainda maior, mas Han Solo falha nisso.
Voltando ao ponto da atuação de Alden Ehrenreich como Han Solo, tem vezes que dá tanta pena do ator tentando ser engraçado ou sarcástico. Talvez seja nem culpa dele e sim da direção, mas a carinha dele me deu tanto desgosto. Acima do tudo é Han Solo é um cafajeste, um malandrão, e o Alden não consegue entregar isso em cena.
Mesmo apontando tantos defeitos assim, o filme é tranquilo de se assistir, os atores, na maioria, estão bem, existem algumas cenas de ação boas de serem vistas, a trilha sonora continua sendo ótima e também tem a participação da droid L3 que rouba a cena no filme com seus princípios.
Ao final de tudo só resta um sentimento de “É, poderia ser pior”, apesar de ainda assim ter gostado do filme, como fã de Star Wars não vi importância nenhuma em sua existência.