Já faz algum tempo que estou devendo algum texto aqui, na coluna Acônito Lapelo. O meu espacinho reservado para tratar sobre tudo o que penso desse mundão nerd. Não posso esquecer, é claro, que é aqui também que abro o meu coração pra você. Agora eu acho que voltei e pretendo fazer disso uma rotina: promessa de fim de ano ou que eu vire sopa de barbatana!
Falando em fim de ano, você não sabe, mas tenho uma teoria duvidosa de que, com a chegada do Natal, as pessoas vão se tornando cada vez mais razoáveis. Vem aquele sentimento bom e confortável de família, amizade e, o meu favorito, nostalgia.
Peguei-me lembrando de alguns Natais passados e como quase nunca eu ganhava o que queria. Meus pais foram duramente afetados pelo Plano Collor, o Brasil estava em crise, alguns padrões caíram… a gente já conhece essa história. E eu não to reclamando, longe disso: amo a minha infância e acho que as coisas foram exatamente como precisaram ser.
Ainda pensando nisso, fiz uma pequena lista com 5 eletrônicos, gadgets ou itens nerds que sempre quis, mas nunca ganhei. Hoje lembro disso com carinho, mas naquele tempo não foi nada fácil ser a única sem um Tamagotchi – e é por ele que vou começar:
Tamagotchi – Rakuraku Dinokun
Ah, os anos 90… Não tínhamos tanta tecnologia disponível, toda inovação fazia um imenso sucesso. Não foi diferente quando os Tamagotchi, lançados pela Bandai, chegaram ao Brasil e invadiram os lares, as escolas e o cotidiano de quase todas as crianças. Meus primos, amigos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos tinham um – menos eu.
A verdade é que minha mãe tinha me presenteado com um genérico, comprado no camelô da Cinelândia – o original custava bem caro. Mas minha alegria durou um dia apenas, até antes do meu irmão deixá-lo cair no chão e desencarnar meu dinossaurinho. Depois disso, nunca mais.
… Quero dizer, hoje tenho instalado no meu telefone o aplicativo “Hatchi“. Ele simula o bichinho virtual exatamente como o brinquedo. Mas NUNCA será a mesma coisa, né?
GameBoy
Minha mãe costuma dizer que eu não fui aquela criança que chora quando quer algo, que entendia bem os “nãos”. Mas eu me lembro que a primeira vez que vi um GameBoy na vitrine da loja Casa & Vídeo, estava tão ansiosa e entusiasmada que realmente fiquei muito triste quando percebi que não teria um. Acho que nunca quis tanto uma coisa na vida.
Só de imaginar que eu poderia brincar no recreio da escola e trocar as fitinhas dos jogos: era alta tecnologia jamais imaginada. Lembro de ter jogado algumas horinhas no modelo do meu primo algum tempo depois, mas ele nunca me emprestou sempre que eu quis.
… 20 anos depois, tenho um 3DS. Várias fitas, várias vontades, vários sonhos, mas tão pouco tempo.
Celular Chroma
Eu demorei muuuuuito pra ter um celular. Hoje a gente tem aquela ideia de que não viveria sem um, mas no começo dos anos 2000 não chegava perto de ser uma necessidade. O primeiro celular que eu realmente quis foi o modelo Chroma da Nokia: era diferente em relação aos demais na época, tinha um ar futurístico, a gente empurrava a tampinha pra usar. Vinha também com os famosos jogos Snake e Space Impact.
… Pasmem: meu primeiro celular eu ganhei aos 17 anos.
iMac (G3)
A primeira vez que tive contato com a tecnologia da Apple foi através do filme Blank Check, de 1994. Num determinado momento do longa, Preston Waters (Brian Bonsall), um garoto de 11 anos, precisou inventar um nome para conseguir sacar o tal do cheque em branco no banco. Ao telefone, ele rapidamente leu o modelo do seu computador “Macintosh”. Era a gigante de Jobs fazendo marketing.
A partir daí, acompanhei alguns lançamentos que faziam qualquer um pirar naquela idade. E foi o iMac G3 que ganhou meu coração. Ali eu descobri que um computador poderia ser colorido! Hardware? Quem se importa com isso aos 10 anos?
… Só consegui ter um Mac muito tempo depois e ele nem é colorido.
Relógio Casio
Esse relógio era o terror das professoras, ainda me lembro da minha terceira série e da voz da tia Regina dizendo: tirem seus relógios para fazer a prova. Alguns poucos tiravam, porque não era pra todo mundo não.
Hoje em dia esse “equipamento” lançado pela CASIO não faz o menor sentido para crianças, adolescentes ou adultos. Ninguém mais liga se seu relógio é uma calculadora, mostra os aniversários e ainda cadastra 25 números de telefone. Parece obsoleto, mas nos anos 90 fez muito sucesso. Quantas contas desnecessárias não eram feitas neste relógio só porque se podia fazer? Ah, os anos 90…
… Hoje temos os sofisticadíssimos smartwatches de várias marcas e com várias funcionalidades e opções de personalização. Mas confesso que nunca desejei ter um desses.
Cheguei ao final deste post e essa é a minha listinha. Um pouco triste, né? Vida que segue. :~
Ah, fica a vontade pra comentar sobre algum item que você sempre quis, mas nunca ganhou.