É muito difícil assistir a qualquer filme do Studio Ghibli e não se deixar se levar pela magia e emoção de suas fantásticas animações. Eu, como um dos amantes da sétima arte desse Brasil, sou um dos fãs das obras inconfundíveis de Hayao Miyazaki.
Confesso que ainda não assisti a todos os filmes do mestre Miyazaki. Pra falar a verdade, até agora assisti poucos filmes do Studio Ghibli, prefiro assistir aos filmes devagar e ir me surpreendendo lentamente, mas lancei a mim mesmo o desafio de assistir a todos os filmes do estúdio ainda esse ano. E estou bem animado para cumprir esta promessa.
É impossível falar desse estúdio sem mencionar a fantástica animação “A Viagem de Chihiro” (2003). Filme que tive a sorte de ver ainda na infância. No entanto, foi só há três semanas que finalmente assisti a um outro grande filme do estúdio, “Meu Amigo Totoro” (1995). E, meus amigos… eu voltei a ser criança fácil, fácil.
No início do filme, conhecemos as irmãs Mei e Satsuki, que se mudaram para uma casa no campo com o pai. Na trama, a mãe das crianças está internada no hospital, mas a sua doença não é revelada em nenhum momento. Dizem que essa parte é inspirada na vida do próprio Miyazaki, que viu sua mãe ser internada devido a uma tuberculose, na época em que o diretor ainda era criança.
Ao chegarem em sua nova casa, Mei e Satsuki saem para explorar os cômodos e logo encontram as primeiras surpresas. Ao passar dos dias, Mei, que é uma exploradora nata, acaba tendo o seu primeiro contato com o Totoro e é aí que a magia começa. Me perdoem por soar meio piegas: eu acredito, sim, que o Totoro só pode ser visto pelas crianças, pois elas possuem bom coração e uma mente cheia de criatividade. O reino de Totoro é no meio da floresta e lá ele vive com suas versões menores – que eu achei que são as coisas mais fofas do mundo.
Acredito que em todos os momentos que o gigante aparece apenas as crianças conseguem vê-lo. Na melhor cena do filme, Totoro visita a casa das irmãs pela madrugada para fazer brotar uma plantinha no quintal das meninas. Quando as irmãs o enxergam, partem para ajudar. Nesse momento, Totoro e suas versões menores começam a fazer uma dança e as meninas se unem a eles para dançarem igual, para que assim a plantinha brote logo.
As irmãs, Totoro e suas versões menores, então, fazem a dança em um momento no qual a trilha sonora toma conta e o mágico fica cada vez mais mágico. A planta brota e cresce até o céu. Totoro recolhe todos no colo e voa bem alto para a animação das garotas. Essa cena é de fato uma cena maravilhosa e linda de verdade. É uma cena cheia de pureza, magia e sentimentos bons que somente o Studio Ghibli é capaz de fazer. O pai das garotas olha pela janela, e nesse momento até cheguei a me assustar: pensei que ele enxergaria a árvore gigante. Ele apenas ri e volta a trabalhar. Imagino que ele deve ter visto apenas as duas garotas brincando felizes no jardim.
“Meu Amigo Totoro” possui outros momentos mágicos, como aquela clássica cena da chuva, e o gato ônibus, que é um meio de transporte muito louco. Todas essas grandes maravilhas que saem da cabeça de Miyazaki tornam a experiência ainda melhor, e me fazem gostar ainda mais do cinema. Em um filme com menos de duas horas de duração, não me importei em me entregar aos meus sentimentos e ficar com o coração bem feliz de estar assistindo tantas cenas maravilhosas.
O longa não envelheceu com o tempo e segue mágico como sempre. Pra você que acompanhou até aqui, indico que vá assistir o filme se até agora não assistiu. Ou que o assista de novo e se permita se encantar com tanta coisa boa que “Meu Amigo Totoro” traz pra gente.