Há 10 anos o universo cinematográfico da Marvel teve início. Desde Homem de Ferro, já era sabido que o estúdio criado pela Disney iria preparar um longo caminho para união dos heróis dos quais eles tinham direito. Com histórias contando a origem de cada personagem, os filmes do MCU não eram nem de longe sinônimo de qualidade absoluta.
No entanto, a cada filme notava-se uma melhora nos enredos, nas atuações, no nível dramático e, evidentemente, nos efeitos visuais. Com algumas derrapadas é claro (Sr. Thor e Sr.Homem de Ferro 3), o estúdio mostrou que daria certo fazer um filme com um conjunto de heróis e consolidou este gênero ao cinema contemporâneo. Vide a quantidade de séries e de filmes de heróis de outros estúdios.
Com o sucesso do primeiro filme dessa união, era a hora de traçar um novo destino, e a escolha da Marvel foi adaptar um dos maiores vilões das histórias em quadrinhos. Desde a cena pós-crédito de Vingadores, aguardamos a chegada do poderoso Thanos. “Ele está vindo”, afirma o amedrontado Bruce Banner ao cair na Terra. E quando ele chegou, trouxe uma torrente de sentimentos: medo, fúria e desespero nos nosso heróis, assim como êxtase, euforia e tensão em nós que os acompanhávamos na tela.
Ao longo das duas horas e meia de filme, vemos muitos embates épicos, com união de forças que só seriam possíveis com as circunstâncias criadas por este filme. Cada núcleo tem o tom de seus filmes individuais e mesmo assim a obra não é um carnaval de gêneros. Com a utilização das composições de Alan Silvestri e com o roteiro muito bem escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely, a história consegue caminhar de um drama pesado até a comédia sem perder o equilíbrio.
E o que dizer sobre o vilão?
Thanos é um personagem inegavelmente assustador. Seus poderes, ainda que sem todas as Joias do Infinito, são muito maiores que de qualquer Vingador, o que já nos leva a pensar naquela pergunta clássica: “como nossos heróis vão derrotar esse cara?”. Durante o filme várias soluções são propostas, e elas vão falhando uma a uma até o final da história. Algo que pode parecer anti-climático no primeiro momento, mas essa percepção é rapidamente esquecida quando levamos em conta que essa é apenas a primeira parte de toda a trama. Ainda assim Guerra Infinita tem seus três atos muito bem definidos, ao fim do filme estamos totalmente inertes sem saber como todo o caos criado por Thanos será solucionado. A cena pós-crédito, outra ferramenta maravilhosamente utilizada pela Marvel, nos indica quem muito provavelmente subjugará Thanos e no último frame, uma fagulha de esperança é reacesa.
Vingadores: Guerra Infinita te mantém atento do início ao fim. Ao acompanhar esses personagens com os quais criamos laços tão fortes, acabamos nos sentindo como eles nas vitórias, surpresas e dores que a história traz. Saímos da sessão extasiados e com o sentimento de que 10 anos de histórias nesse universo tão bem construído são apenas uma fração das infinitas possibilidades que gostaríamos e possivelmente veremos no cinema.