“Vamos voltar 30.000 anos até um tempo antes dos cães, quando nossos ancestrais viviam no inverno sem fim da última era glacial. Nossos ancestrais eram nômades vivendo em pequenos grupos. Eles viviam sob as estrelas. O céu era seu livro de história, calendário, um manual de instruções para a vida. Eles os diziam quando as friagens viriam, quando os grãos silvestres iriam amadurecer, quando as manadas de caribus e bisões estariam em marcha. Sua noção de lar era a própria Terra. Mas eles viviam com medo de outras criaturas famintas: os leões-da-montanha e os ursos que competiam com eles pela mesma caça, e os lobos que ameaçam carregar e devorar os mais vulneráveis entre eles. Todos os lobos querem o osso, mas a maioria está muito assustada para chegar perto o bastante. Seu medo se deve a altos níveis de hormônios do estresse em seu sangue.

É uma questão de sobrevivência.

Pois chegar muito perto de humanos pode ser fatal.

Mas uns poucos lobos, graças a variações naturais, têm níveis mais baixos desses hormônios. Isso os faz ter menos medo dos humanos. Este lobo descobriu o que um ramo dos seus ancestrais deduziram cerca de 15.000 anos atrás. Uma excelente tática de sobrevivência: a domesticação dos humanos.

Deixe os humanos caçarem, não os ameace, e eles lhe deixarão pilhar o seu lixo. Você vai comer mais regularmente, vai deixar uma prole maior, e esta prole herdará esta disposição. Esta seleção pela mansidão seria reforçada com cada geração até que aquela linhagem de lobos evoluísse… para cães.”

COSMOS: A SPACETIME ODYSSEY: Host Neil deGrasse Tyson takes a dog for a walk at Drew Point, AK, to illustrate the difference between weather and climate in the all-new "The World Set Free" episode of COSMOS: A SPACETIME ODYSSEY

O texto acima – retirado do 2º episódio da série Cosmos, com apresentação do brilhante Neil deGrasse Tyson – me impressionou muito, não pela questão da Seleção Artificial e a relação dos humanos no surgimento dos cães que, como Bióloga, já havia estudado, mas pela utilização do termo “domesticação de humanos”, que me fez parar pra pensar que não são meus cachorros que não vivem sem mim, sou eu que não vivo sem eles.

Essa relação interespecífica harmônica entre homens e cães tão especial, bonita e emocionante, não passa despercebida nas produções humanas e é sobre isso que quero falar a vocês: os cães famosos do cinema, quadrinhos, literatura e desenhos animados. Muitos deles atraíram nossa atenção para essas obras e nos ajudaram a ser os nerds que somos hoje. Pois, se os humanos não vivem sem os cachorros na vida real, em seus universos fantásticos não poderia ser diferente!


Einstein (Filme: De Volta para o Futuro – 1985)

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Um cachorro Old Sheepdog – também conhecido como Bobtail, Priscila da TV Colosso, ou Pastor inglês. É considerado um cão de grande porte com média de altura de 56 – 61cm e a massa varia de 30 a 40kg. É um cão pertencente ao grupo de cães pastores e boiadeiros. Como o nome dele sugere, esses cães eram utilizados como pastores de ovelhas, esse instinto pode querer leva-lo a pastorar a própria casa (nada que não se dê um jeitinho, principalmente quando filhote). Ele é extremamente amoroso com a sua família e trata as crianças como membros da sua matilha.

Beethoven (Filme Beethoven, o magnífico – 1992)

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É um cachorro da raça São Bernardo que me faz lembrar duas coisas: tamanho e baba. Os São Bernardos são cachorros de porte grande (um macho adulto pode chegar em 70 a 90cm de altura e 75 a 95kg), é um cão pertencente ao grupo de cães de trabalho, considerado forte, de peito bastante arqueado de ombros largos e um excelente cão de guarda e de salvamento. Também é um cão que baba muito, o tempo todo e em grandes quantidades.A razão de toda essa baba não é a salivação excessiva, mas sim o formato de sua mandíbula e a mucosa de gengiva que fica pendendo o tempo todo, mesmo quando sua boca está fechada. Não há como mudar essa característica desse peludão, amá-lo significa ficar babado!

Milo (Filme: O Máskara – 1994)

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Um cachorro Jack Russel Terrier, caçador de raposas e texugos apesar de seus 25 a 26 cm de altura e 4 a 7kg de massa. É comumente descrito pelos seus donos como sendo o melhor cachorro do mundo, mas todos reconhecem que este não é um cachorro para qualquer dono. Se você teve a oportunidade de presenciar o trabalho de Milo ou do Eddie (do seriado Frasier), não se deixe enganar por essas carinhas inteligentes e alegres e pelos truques de bom comportamento desses serumaninhos. Estes são cães treinados por profissionais, que proporcionam muito exercício e dedicação a estes astros e toda esta demonstração de controle e obediência é por apenas alguns minutos.

Canino (Livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal, 1997)

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Nos livros, até onde observei, ele é retratado apenas como um “cão de caçar javalis” (se alguém sabe a raça dele dos livros, por favor comenta aí!) e nos filmes ele foi representado por um Mastim Napolitano que é um cão de grande porte, com a altura variando entre 60 a 77 cm e a massa 50 a 85 kg considerado um excelente cão de guarda. Não é aconselhável com crianças, não por questão de agressividade, mas pelo seu tamanho, que numa tentativa de brincadeira ele pode acabar machucando os pequenos.

Scooby-Doo (Desenho animado: Scooby-Doo, Where Are You, 1969)

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É um Dogue Alemão, também chamado de cão dinamarquês. É considerado um cão gigante, pois o macho pode passar os 80 cm de altura e ter 90kg, mas apesar do tamanho, o Dogue Alemão é um cachorro de comportamento calmo e equilibrado. Além de forte e atlético, é um excelente defensor da família e um doce companheiro para adultos e crianças.

Pluto (Desenho animado: Os prisioneiros, 1930/ Quadrinhos: Aventuras Disney, nº16, 1931)

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Um Bloodhound, um cão de caça de grande porte utilizado originalmente como cão farejador. A altura varia entre 62cm (fêmea) a 68cm (macho) e a massa de 40 a 54kg. Eles têm um estômago muito sensível, propenso a torção gástrica, por isso tenha cuidado com o que você o alimenta. São bastante pacientes com crianças, mas como seu jeitão “atrapalhado” não se aconselha deixá-los sozinhos com crianças pequenas.

Snoopy (Quadrinhos: Peanuts, 1950)

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É um Beagle, raça que pertence ao grupo dos sabujos farejadores de pequeno porte. Medem em média de 35 a 45 cm e podem variar de 15 a 23 kg. Por sua origem como cão que caçava em matilha, eles são muito dóceis e sociáveis. Não gostam de ficar sozinhos e precisam de muito espaço para exercícios, por isso não é muito recomendado criá-los em apartamento. Como ainda mantém características de caçados, são considerados por muitos, cães teimosos e insubordinados, por isso além de paciência, disposição e pulso firme são necessários pelos criadores.

Ajudante de Papai Noel (Desenho animado: The Simpsons,1989)

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É um Galgo. Assim como sua origem no desenho, os Galgos são usados como cães de corridas nos chamados cinódromos, o que em minha opinião não é legal, visto que os cães que não apresentam um bom desempenho, às vezes, são sacrificados. Sua altura varia entre 60 cm a 70 cm, com massa de 20 a 30 kg, ou seja, são uns magrelos! Tem a visão extremamente aguçada, com orelhas menores para não obstruir a visão periférica. São rápidos e ágeis atingindo até 65 km/h. “Ele é um perdedor, ele é patético, ele é um Simpson!”

Bidu (Quadrinhos: Tira Jornal Folha da Manhã, 1959)

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É um cão da raça Schnauzer, que pode ter três classificações diferentes em relação ao seu tamanho: Gigante (70 cm), Standard (50 cm) ou Miniatura (30 cm). Um traço marcante de sua personalidade é a coragem. Sempre que ouve algum barulho diferente ele vai investigar e não são raros os casos em que ele “parte pra cima” de algo que ache ser perigoso para sua família, mesmo que seja maior do que ele. Também é inteligente e brincalhão, sendo uma boa companhia para crianças.

Milu (Quadrinhos: As Aventuras de Tintim, 1929)

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É um cão da raça Fox Terrier de Pelo Duro, que são cães de companhia e caça. Eles têm um porte de altura entre 35 a 40 cm e uma massa em torno de 8 kg. É uma das raças mais antigas, tendo descrições de cães com as mesmas características, na época em que os Romanos invadiram a Grã-Bretanha em 55 d.C. são considerados amigáveis, sociáveis, inteligentes e destemidos.

Costelinha (Desenho animado: Doug, 1991)

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É, aparentemente, um SRD (sem raça definida) conhecido popularmente como “vira-lata”. E apesar das qualidades diversas que algumas raças apresentam, não podia deixar de destacar esses cãezinhos que são uma mistura de genes e normalmente exaltam o que há de melhor nos cachorros. Seu tamanho, peso, cor e tipo de pelagem variam e os tornam únicos, assim como nosso amor por eles.

Menções Honrosas: Hachiko (Sempre ao seu lado – 2009); Lassie (A coragem de Lassie – 1946) Marley (Marley & Eu – 2008); Puff (Quem vai ficar com Marry? – 1998); Verdell (Melhor é impossível – 1997); Bud (Air Bud – 1997); Bruiser (Legalmente Loira – 2001); Sam (Eu sou a lenda – 2007), Frank (MIB: Homens de Preto – 1997); Pateta e Max (Disney); Monicão e Floquinho (Turma da Monica); Muttley (Corrida maluca); Odie (Garfield); Rufus (Dennis, o Pimentinha); Roger (O Fantástico Mundo de Bob); Coragem (Coragem, o Cão Covarde); Jake (Hora da Aventura); Argos (A Odisséia), Totó (O Mágico de OZ); Baleia (Vidas Secas); Garm (Mestre Gil de Ham); Ideiafix (Asterix); Spike (Tom e Jerry); Astro (Jetsons); Brian Griffin (Family Guy)


Esqueci algum? Qual cão da ficção marcou você? Comente aí! E fica a dica: se você está pensando em ter um cãozinho ou gatinho, adote um! Procure o Centro de Zoonose da sua cidade ou alguma ONG que trabalhe em prol dos bichinhos. E por falar em adotar…

Einstein

Esse gatinho aí em cima está precisando de um lar. O nome dele é Einstein, porque ele é muito inteligente e atualmente ‘trabalha’ em um espaço de ciências. Mas ele precisa encontrar um lar, e bem rápido. Seu currículo: Já realizou diversos experimentos com humanos, onde pôde demonstrar toda sua proficiência em fofura. Tem doutorado em preguiça, mas trabalha bem em equipe, se dá muito bem com crianças e é um dos maiores especialistas na área de receber carinho. Que tal levar ele pra sua casa?