Chegamos ao final da Seção Irmão no Cinema, pelo menos por algum tempo. Trouxe aqui neste último mês alguns dos irmãos cujo trabalho são importantes para o cinema e possuem um carinho especial no coração dos cinéfilos. Já passaram por aqui Irmãos Lumière, Irmãs Wachowski, Irmãos Nolan, e agora, e com certeza não menos importante, os Irmãos Coppola.
Nota pessoal: O texto ficou grande demais, já que resolvi falar separadamente dos irmãos. Por isso serão duas partes para que a leitura não fique tão pesada assim. Semana que vem a parte 2 entra no ar. Boa leitura!
Francis Ford Coppola será imortal. Deixou um legado de fantásticos filmes que marcaram gerações e muitas outras que ainda vão ser marcadas. Entre eles, a trilogia Poderoso Chefão, Apocalipse Now e Drácula de Bram Stoker. Como se todo seu magnífico legado não bastasse, ele também é pai de Sofia e Roman Coppola.
Talento não é uma coisa hereditária. O fato dos dois serem filhos de um dos maiores diretores que este mundo já viu não os faria automaticamente bons diretores e roteiristas, mas acontece que eles são bons sim. Ambos fizeram aparições durante a trilogia Poderoso Chefão ainda bebês. Sofia é a única que aparece nos três filmes, ganhando destaque na terceira parte, onde seu papel é bem maior. Roman Coppola aparece na primeira e segunda parte, esta última como o garoto Sonny Corleone.
Ainda contando aparições, os dois aparecem no fabuloso, fantástico, fenomenal e formidável Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma. Ironias à parte, os dois são figurantes no filme. Sofia é uma das servas de Padmé e Roman é um guarda imperial. Eram épocas escuras para a força.
Diferente dos outros irmãos citados nesta seção, os dois não possuem um filme feito juntos assinado como diretores ou roteiristas. Já fizeram colaborações juntos como produtores no filme “The Bling Ring” e “A Very Murray Christmas”. Logo, vou falar dos dois separadamente.
Sofia Coppola
Antes de tudo, aqui fica uma menção honrosa para o videoclipe I Just Don’t Know What To Do With Myself da banda The White Stripes que foi dirigido pela Sofia. Então fica aí, pra quem quiser ver e claro, ter uma pequena trilha sonora para continuar a leitura do post.
Desde a década de 90, Sofia Coppola já escrevia e dirigia alguns curtas. Seu primeiro longa veio a ser As Virgens Suicidas e já traria coisa boa para o cinema.
O título do filme já diz tudo. Um casal possui cinco filhas que atraem os olhares de todos os jovens rapazes do bairro. Logo nos primeiros minutos de filme, uma das jovens se suicida. A mãe, uma fanática religiosa e rigorosa, resolve manter as filhas isoladas do mundo, fazendo as garotas quererem ainda mais sua liberdade e começarem a burlar as regras impostas pela mãe, se comunicando com os garotos do bairro.
A premissa é bem simples mas o filme conseguiu conquistar olhares da crítica e hoje conta com alguns fãs. O melhor trabalho de Sofia Coppola viria a ser seu segundo filme, lançado 4 anos depois de Virgens Suicidas. Estamos falando de Lost in Translation.
No elenco temos Bill Murray e Scarlett Johansson, que brilham, e como brilham, neste filme. O longa se passa em Tóquio, onde Bob vai a trabalho e Charlotte viaja junto ao marido. Os dois se sentem deslocados no meio de tanta euforia exalada pela cidade e, com o passar de noites de puro tédio, passam a conversar. Ao longo dos dias viram amigos, passando cada vez mais tempo juntos. Os dois são casados e mesmo assim o espectador se identifica com as personagens e passa a torcer para que os dois fiquem juntos.
Sofia recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Original pelo filme, assim como o Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia ou Musical. A trilha sonora também é bastante elogiada. Este é um filme imperdível para quem deseja não só conhecer o trabalho dessa maravilhosa diretora, mas também ficar com os olhos cheios de lágrimas com o final do filme.
Em 2006, Sofia, volta aos cinemas com o filme Maria Antonieta, contando com Kirsten Dunst pela segunda vez em um de seus filmes, além de seu primo Jason Schwartzman (falaremos um pouco mais dele na segunda parte da postagem). O filme não foi tão bem recebido pela crítica quanto o filme Um Lugar Qualquer. Sofia ainda dirigiu e roteirizou o filme Bling Ring lançado em 2013, que também não vem a ser uma de suas melhores obras. Este filme veio a ganhar uma breve atenção do grande público contando com Emma Watson no elenco.
O último trabalho de Sofia Coppola é o original da Netflix, A Very Murray Christmas. O filme, é claro, se encontra no catálogo do serviço por streaming onde você pode assistir. Bill Murray também é um dos roteiristas do filme, voltando assim a trabalhar junto de Sofia.
P.S: É possível que existam pessoas que não conhecem Francis Ford Coppola. Na imagem destacada é ele e sua filha Sofia. Imaginei que poderia gerar confusão de pessoas achando que estes são os irmãos, então preferi explicar aqui. Semana que vem volto para falar sobre Roman Coppola.