E aí galera! Tudo tranquilo? Voltamos hoje com mais um post onde apresento a vocês um grande roteirista de cinema. Se você não leu o da semana passada, onde falei sobre Jonathan Nolan (roteirista de Interestelar), clique aqui e confira.


Hoje irei falar sobre alguém que adora escrever sobre o consciente humano e os conflitos gerados dentro dele. Ele já foi considerado um dos 100 homens mais influentes de Hollywood e escreveu um dos filmes mais “brilhantes” da história do cinema, Brilho eterno de uma mente sem lembrançasEstou falando de Charlie Kaufman.

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Nascido em Nova Iorque, Kaufman sempre demonstrou interesse pela arte. Durante o high school, interpretou diversos papéis em peças da escola, incluindo o clássico Dr. Jekyll and Mr. Hyde. Kaufman adorava comédias. Enquanto estudava cinema na NYU (Universidade de Nova Iorque), escreveu diversas paródias, inclusive dos X-men.

Passou a década de 80 e 90 fazendo pequenos trabalhos e escrevendo para TV, até que em 1999 foi lançado o primeiro longa escrito por Kaufman, e ele mostrou a Hollywood a que veio. Chegava aos cinemas Quero ser John Malkovich.

O filme conta a história de um jovem casal, Lotte (Cameron Diaz) e Craig Schwartz (John Cussack). Sem filhos, mas com animais de estimação que variam de um chipanzé que vai ao psiquiatra a peixinhos no aquário. Ela adora animais e quando não está tratando dos bichos em casa, está tratando dos bichos em uma loja de produtos para animais. Ele não tem emprego e passa os dias em casa. Num certo dia, Craig resolve responder a um anúncio de jornal para trabalhar numa firma arquivando documentos, e aí é que Kaufman começa a brincar com os conceitos de o que somos e como encontramos nossa essência para que possamos ser felizes.

O trabalho foi tão elogiado que lhe rendeu a indicação ao Oscar de melhor roteiro. Isso abriu portas para que ele continuasse criando. Após isso, Kaufman escreveu o roteiro para A natureza quase humana (2001) e no mesmo ano escreveu Adaptação (2002).

Kaufman também escreveu o roteiro de Confissões de uma Mente Perigosauma biografia não autorizada de Chuck Barris. O apresentador lançou vários programas populares de televisão, conhecidos no Brasil graças principalmente a Silvio Santos, que os adaptou em várias versões dominicais tais como o Namoro na TV e Show de Calouros. O filme parte de uma alegação de que Barris teria sido um assassino da CIA. O longa foi a estreia de George Clooney na direção. Kaufman ficou com bastante raiva de Clooney por causa das alterações feitas sem consulta a seu roteiro. Charlie Kaufman sempre gostou de estar envolvido do início ao fim, por isso ele sempre trabalhou com diretores que permitissem isso, como Michel Gondry e Spike Jonze.

Até que em 2004, é lançado o que para mim é a obra prima de Kaufman: Brilho eterno de uma mente sem lembranças.

Brilho eterno de uma mente sem lembranças conta a história de Joel (Jim Carrey), um homem magoado por sua namorada tê-lo deletado (literalmente) de sua memória. Daí então ele resolve retribuir na mesma moeda e procura o Doutor Mierzwiak para passar pela mesma experiência. No decorrer da operação, Joel percebe que, na verdade, ele não quer excluir Clementine (Kate Winslet) de sua vida, e sim manter bem viva em sua memória os momentos em que estiveram felizes. A partir de então, ele enfrenta uma incrível luta dentro de sua própria cabeça para que essas memórias continuem vivas dentro de si.

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O filme é extremamente emocionante. Kaufman faz você se identificar com os personagens e com as situações, por mais ficcional que possa parecer. O título do filme foi retirado do poema Eloisa to Abelard, o qual o roteirista já havia usado também em Quero ser John Malkovich. O longa foi aclamado pela crítica e rendeu a Kaufman o Oscar de melhor roteiro original.