Quando eu era criança, pude assistir nas telas da TV os filmes dos X-Men, e mais tarde pude alugar os filmes do Homem-Aranha para poder assistir aquilo tudo com um brilho no olhar. Era fantástico assistir esses filmes e mais tarde ficar brincando de me transformar nos heróis que eu via. Eu não era muito mais velho quando assisti Homem de Ferro nos cinemas, tinha lá meus 12 anos e já não brincava mais de ser um super herói, mas no fundo eu sabia que estava assistindo algo grande. Talvez juntamente com Senhor dos Anéis, esses filmes que pude assistir enquanto crescia me ajudaram a ser o nerd que sou hoje.
Semana passada, por um grande ato do destino, o professor de quinta-feira liberou os seus alunos e felizmente eu consegui sair cedo da faculdade para assistir uma sessão legendada de Mulher-Maravilha. Sem dúvidas saí da sessão muito feliz com o resultado que eu vi nas telas. Alguns dias depois eu passei por uma loja que vendia quadros nerd e vi alguns quadros da Mulher-Maravilha e quis comprar todos, só aí percebi que esse foi o filme que faltou na minha infância.
No filme “Mulher-Maravilha” de Patty Jenkins, vemos o nascer nas telonas da maior heroína da história. A pequena Diana cresce no meio das Amazonas, onde é privada de ser treinada como uma guerreira, mas ao avistar de longe todo tipo de treinamento, começa a imitar o movimento das guerreiras nos seus primeiros passos como Mulher-Maravilha. O filme trouxe bastante luz e sol, o que combinou com toda a esperança que Diana trazia para a humanidade e que Patty Jenkins trouxe para o universo DC Comics do cinema.
Ao lado de Steve Trevor, de um mentiroso, um assassino e um contrabandista, Diana contesta tudo e todos e por mais que não entenda como funciona o mundo dos homens, entende como funciona a igualdade e justiça. Com seus atos de coragem e sabedoria corre atrás do que é certo e enfrenta quem deve enfrentar, seja um general, o exército alemão ou até mesmo Steve Trevor, Diana é uma forte protagonista.
Na melhor cena do filme, vemos Diana nascendo como heroína e se transformando na Mulher-Maravilha. Depois de observar toda a injustiça e tristeza que soldados e civis passavam, ela toma a frente e enfrenta o exército inimigo. Os coadjuvantes funcionam bem ao seu lado, cada um fazendo o seu papel e até mesmo o romance com Steve Trevor não atrapalha o filme, tudo conseguiu fluir naturalmente. No entanto, o único problema vem a ser o vilão, Ares, que em nada parecia ser uma grande ameaça.
Temos também dois outros vilões que funcionam muito bem, Doutora Veneno e General Ludendorff conseguiram ser melhor em tela que o vilão principal, mesmo que tragam pouca ou nenhuma ameaça para Diana, oferecem grandes ameaças para a humanidade ao forjarem uma arma que poderia mudar o curso da Primeira Guerra Mundial. Ainda que Ares seja o vilão que apresenta uma real ameaça a Diana, de nada adianta, pois a batalha entre os dois se rende ao uso de CGI e conta com diálogos fracos a ponto de serem ridículos.
Ademais, as lutas são boas, o humor funciona, Gal Gadot brilha e Patty Jenkins faz história, a diretora trouxe aqui o melhor filme da DC Comics nos cinemas desde Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. Voltando a história do quadro da Mulher-Maravilha que eu comentei no início da postagem, fiquei contente em voltar a ser criança e pensar no quanto deve ser bom para as crianças que vão assistir o filme e brincar de ser Mulher-Maravilha depois. Não muito longe disso, ao passear no shopping em uma tarde de domingo, vi uma família andando e uma criança estava contente vestida de Mulher-Maravilha brincando com o pai, deixando claro que esse filme é definitivamente um grande passo para os filmes de herói, e agora de heroínas, no cinema.