Que em Manaus temos dificuldade de encontrar nossas nerdices, todos sabemos disso, mas a tecnologia e a internet estão definitivamente a nosso favor. E não falamos apenas de figures. A vida digital, tão comum em nossa rotina, agora também faz outro bom serviço para os manauaras: a leitura digital.

Mas qual seria a graça de não pegar um livro nas mãos, cheirá-lo até perder aquele odor característico e então cortar os dedos nas páginas? O estudante Tayson Retondano responde essa antes de você aprender a falar direito wingardium leviosa.

“A principal vantagem é o imediatismo, já que não preciso esperar que chegue pelos Correios ou nas livrarias físicas, poucas em Manaus. Quero um livro, procuro, pago e pronto. Ele já está no meu tablet, computador, leitor digital, no celular e em todos estes aparelhos ao mesmo tempo. É grande a praticidade”, disse.

Outra questão atormentava os apaixonados por livros: as obras em outras línguas. Como colecionador, você sempre quer ter um HQ do Star Wars na versão original, mas como comprar sem ter o cartão de crédito internacional? E mais uma vez, o dia é salvo pelo leitor digital! Assim o diz a ilustradora Irena Freitas, quando falou com o Mapingua Nerd sobre a rotina com o aparelho.

Ela adora ler livros em inglês e acompanhar os lançamentos de outros países. “Antes do Kindle, isso quase nunca era possível porque pedir os livros de sites como a Amazon americana saía muito caro (por conta do frete) e os Correios ainda perdiam minhas encomendas”, afirma. “Já li mais de 100 obras pelo leitor”.

Irena fala também da praticidade de ler no escuro, o peso leve do aparelho e, que na prática, há pouca diferença entre o livro físico e o digital. Ainda por cima, é mais fácil de virar as páginas se for uma obra grande e, se achar que a letra está pequena, é só dar um zoom.

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Márcia Daniella exibe orgulhosa um livro da década de 1970.

Há mais benefícios ainda, jovem padawan. Estamos falando também das residências em Manaus. A jornalista Márcia Daniella garante que compra cada vez mais livros digitais por conta da falta de espaço da vida em ‘apertamento.’

“Tenho comprado mais livros digitais e perdi a conta de quantos já li. Economizei com certeza. Fora que tem aqueles livros que você compra por impulso e depois nem queria mesmo. Então é melhor fazer isso na versão digital, porque não faz volume”, salienta.

Dependendo do título, a diferença de preço é gritante. Márcia garante ter comprado, em uma promoção relâmpago, todos os volumes de As Crônicas de Gelo e Fogo por R$ 29,90 (#morri Ligando Sabre De Luz Na Minha Cara).

Questionada se a leitura digital tem realmente crescido em Manaus, a jornalista garante ter amigos universitários que possuem leitores. Na sua opinião, a chegada do modelo da Saraiva, o Lev, fez com que as pessoas conhecessem melhor o tipo de aparelho e se interessassem. “Antes, só tinha Kindle quem tinha cartão internacional e comprava na Amazon estrangeira. A chegada da Amazon no Brasil também facilitou bastante”, afirma.

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Coleção de Minilivros, devidamente guardados na estante de Márcia Daniella

Mas… todos os livros físicos devem morrer?

Apaixonado por cinema, Tayson viu na leitura digital outro benefício: comprar ou não o livro físico. “A tecnologia não vai matar a obra em papel. Se gostar, eu quero tê-lo impresso na minha coleção”, assegura.

Irena e Márcia fazem coro com o estudante. “O livro digital não decretou o fim do físico. Longe disso! Percebo que os mais jovens têm muito interesse nas obras impressas. Os leitores facilitam na questão do armazenamento, mas acho que os livros físicos sempre serão amados”, declara a jornalista.