Na edição anterior desta coluna eu comecei a abordar o uso do Folclore nas mesas de RPG e o retorno foi bem legal, por isso teremos mais publicações a respeito. Antes de mais nada, hoje o post gira em torno de Lobisomem: O Apocalispe – um RPG no cenário Mundo das Trevas produzido pela White Wolf. Depois disso, eu mostro pra vocês umas dicas bem legais de como ambientar as histórias de Lobisomem aqui no Brasil!

Eu tenho que confessar que este cenário de Fantasia Urbana com boas doses de Terror e/ou Horror nunca me atraiu, pois quando eu queria jogar algo mais sério eu tinha Ravenloft para D&D. Por isso acabei demorando muito pra testar o sistema do jogo, o Storyteller. Lembro de quando joguei Storyteller pela primeira vez: eu tinha acabado de fundar o Dados Selvagens como um clube de RPG na UFAM (atualmente deixou de ser um clube e passou a ser meu estúdio de desenvolvimento de jogos) e um amigo fã de Mundo das Trevas quis me convencer a jogar.

Eu olhei pra ele e disse “eu não gosto muito disso não, mas se você conseguir adaptar algo com folclore brasileiro talvez eu jogue”. Ele sorriu e concordou. Indiquei O Legado Folclórico de Felipe Castilho pra ele ler. Ele amou (aliás, não foi só ele! Aproveitei e indiquei pra um monte de gente na época e todos se apaixonaram, mas isso é história pra outro dia).

Cassiano, meu amigo que se dispôs a mestrar, iniciou uma mesa de RPG ambientada em Manaus. Os personagens eram adolescentes problemáticos que, ao se deparar com os mistérios que cercavam a cidade, acabaram achando um rumo em suas vidas. Jamais me esquecerei da luta contra uma Cuca no Largo em plena madrugada após uma festinha na Arte & Fato. Foi minha sessão preferida, até por que foi minha personagem que deu cabo na loira. Foi uma crônica memorável,  em parte por ser a primeira vez que eu testava o sistema e em parte por ser a primeira vez que eu via outras pessoas se dispondo a compartilhar comigo histórias sobre nossas lendas numa mesa de RPG. Muito obrigado a todos os envolvidos.

Dada a introdução sobre tudo isso, agora vem as dicas que prometi desde o começo. O pessoal da Nação Garou gravou dois podcasts a respeito de ambientação aqui no país. Vale lembrar que Lobisomem lida muito com a questão do misticismo que envolve a natureza e, por isso, vale muito a pena fazer algo aqui. Segue o vídeo sobre como as tribos se organizariam aqui:

[arve url=”https://www.youtube.com/watch?v=-Yc-D96WsBA” mode=”normal” /]

E esse fala sobre a nossa querida Amazônia:

[arve url=”https://www.youtube.com/watch?v=r60KS67C7VQ&feature=youtu.be” mode=”normal” /]

Por fim, só me resta dar um uivo para a lua e seguir meu caminho como um lobo solitário. Tome cuidado, dizem que os sacis são ainda mais traiçoeiros na selva de pedra.