Alice in Badland é uma história em quadrinhos independente baseada nas obras de Lewis Carroll. Com roteiro de Alice Viana e arte de Tamie Gadelha, que se conheceram no curso de Artes visuais na Universidade Federal do Amazonas, a obra atualmente é vendida como E-book na Amazon.com e — em singelos 15 dias no site — alcançou o primeiro lugar nos quadrinhos de fantasia da Amazon França. Mérito que também se deve ao trabalho de tradução feito por Fabiano Albuquerque.

Entrevistamos o desenhista amazonense, Tamie, que nos contou um pouco mais sobre seu trabalho.


Como surgiu a ideia de fazer a história em quadrinhos?

Tamie: Havia esboçado apenas uma página baseado no cosplay que eu e uma amiga fizemos. Ela de Alice e eu de Coelho Branco. Ficou interessante a partir daí começamos a bolar o roteiro aproveitando a gama de material que pode ser tirado da obra original.

Qual a maior dificuldade ao trabalhar neste projeto?

Como maior dificuldade talvez seja… sei lá, quase tudo. Quadrinho não dá dinheiro, então pra sustentar o “vício” preciso trabalhar em outras coisas pra seguir com o sonho e isso muitas vezes acaba por atrasar o processo, ou seja, deixo de produzir o material pra conseguir dinheiro pra produzir o material. Isso acaba deixando o processo lento. Outra dificuldade é fazer o público aceitar um tema já tão cansado e também é difícil gerar um público pra isso. Todo ano temos coisas novas de Alice no País das Maravilhas. Umas boas, outras ruins e outras ruins disfarçadas de coisa boa. E aqui fica que a maior dificuldade; fazer algo interessante de um cliché.

13902791_1228564617155092_7988461973834990867_n-1

O que os levou a fazer eventos com cosplay e encenação?

Não é bem Cosplay. É teatro. Interpretávamos os personagens. A ideia veio do cosplay como havia dito antes, mas então resolvi agregar vários temas da arte. Quando criança sempre imaginei ver meus heróis favoritos em carne e osso, Dá mais valor à obra e aproxima ainda mais o público. O visual exótico dos personagens causa mais impacto quando trazido à realidade.

Você gosta da relação que você tem com o público?

É impossível não gostar da relação com o público. Basicamente faço esse trabalho pra eles e o retorno na maioria das vezes é positivo. Elogiam a abordagem do tema, os personagens a arte. Se surpreendem com a novidade desse “mais do mesmo”. Se surpreendem e gostam.

O que mais te surpreendeu nestes anos produzindo Alice in Badland?

As surpresas são boas e também tem as ruins. E foram várias. A mais legal foi a legião de fãs (pequena, mas que gostam do trabalho) que sempre incentivam, e ficam esperando a próxima surpresa. Além disso é o interesse de quem conhece o tema, mas sempre se surpreende com a proposta que apresento. E me surpreende também as ideias novas que sempre tenho ao fazer essas páginas. Nunca pensei chegar tão longe.

Captura de Tela 2016-08-25 às 11.24.56

Quais as novidades o público pode esperar?

Novidades tem várias… acho que a maior novidade seria o lançamento dos próximos capítulos que eu não consegui manter periódicos por várias questões que um dia explicarei. Uma das problemáticas é o que citei na segunda questão. Agora em 2016 entrei num hiato por estar mudando de cidade, mas garanto que vão se surpreender bastante na entrada de 2017.


A HQ foi exposta na FIQ 2015 e você pode conferir mais do trabalho de Tamie e Alice na fanpage deles.