Hoje, no Dia Internacional do Folclore, trago uma publicação mais polêmica do que sereia sem cauda: alguém despiu o nosso folclore, e isto é bom. Antes de mais nada, vale citar Luís da Câmara Cascudo, que definiu o folclore como: a cultura popular, tornada normativa pela tradição. E foi debruçado nos infindáveis estudos sobre a cultura popular que o fotógrafo, jornalista e colecionador de Sacis Andriolli Costa concebeu o Folclore nu.

Andriolli tem sido uma figura notável na internet há certo tempo. Seu blog, o Colecionador de Sacis, é um acervo digital de suas descobertas, mas ele, não contente, aliou-se a equipe do Mundo Freak para produzir um podcast dissecando os mitos e lendas para trazer à tona que, no fim das contas, eles não falam sobre monstros encantados, mas sobre nós mesmos. Ao menos é o que ele diz a respeito do Popularium. Contudo, como se não fosse o bastante, ele resolveu despir o nosso folclore e realizar ensaios sensuais, começando por Boitatá e Lobisomem.

Segundo ele o “Folclore Nu – Desnudando a Cultura Brasileira” é um projeto que reúne fotografia e nu artístico com mitos e lendas do imaginário popular. Serão 7 ensaios no total, cada um com 7 fotos – pois este é o grande número do folclore. Em cada foto, uma legenda explicará um pouco mais sobre cada mito retratado. O objetivo do projeto é mostrar que o repertório compartilhado do folclore brasileiro pode inspirar não apenas histórias infantis, mas qualquer tipo de narrativa. A estética se une à informação, com a possibilidade de transmitir de maneira inovadora fatos pouco conhecidos sobre as criaturas do bestiário nacional.

O projeto é provocativo, porém a ousadia vai além de realizar um trabalho com o nu artístico remontando a estética de mitos populares do nosso país, ele é uma carta de amor à própria cultura, um exercício de criatividade e um convite, seja aos que amam ou desprezam a própria cultura, a apaixonar-se cada vez mais por ela.

A cada ensaio há uma explicação sobre o mito abordado que explicita a sua conexão com o povo brasileiro. Assim, não deveríamos, jamais, tomar folclore como algo distante. Ele está lá ecoando e tomando novas formas, resistindo e se adaptando, pois é uma história sem autores, início ou fim. Folclore é vivo, não esqueça. E se ficou curioso pode conferir o trabalho do Androlli aqui.