Encontrar um autor que trabalhe tanto com ficção científica quanto com mitologia folclórica é algo raro, uma vez que esses dois temas normalmente definem dois estilos diferentes de produzir ficção, mas isso não foi um problema para João Bosco Soares, autor local conhecido por escolher a temática odisseia espacial para compor sua principal saga literária, A Era das Sombras. Em 2015, o autor lançou o primeiro volume, Arma Estranha, e já planeja dar continuidade ao projeto.

O livro trata sobre a colonização do espaço pelo ser humano, que, daqui a dois mil anos, teria assimilado algo semelhante à internet em seu próprio cérebro, mas ainda não teria sido capaz de superar sua natureza traiçoeira.

Sinopse

O homem é e sempre será um conspirador, por isso a História é escrita detrás das cortinas. Dois milênios depois da cadela Laika ser o primeiro terráqueo em órbita, a humanidade fervilhava nos sistemas próximos. A expansão dividiu os humanos em centenas de setores e, com a interação tecnológica, modificou a espécie ao limite. Após séculos de estabilidade, as colônias se incendiaram quando a Frota de um importante setor invadiu um planeta soberano. Os eventos seguintes iniciaram uma série de conflitos conhecidos como as Grandes Guerras Intersetoriais. Apesar das batalhas épicas entre grandes espaçonaves, o destino delas foi escrito nas sombras. Um contrabandista é contratado em um planeta distante. Porém, a presença da Frota na órbita o obriga a escapar. Ao descobrir uma clandestina a bordo, conhece o motivo da invasão ao planeta: uma universidade estava próxima da produção e estabilização de matéria estranha. Potencialmente, a arma mais perigosa já criada. Convencidos a fugir, este encontro definirá o futuro da história humana.

Com diversos elementos da ficção científica clássica, o livro avança em questões inimagináveis em meados do século XX. Escrito para leitores da era das tecnologias, A Era das Sombras: Arma Estranha navega pelo futuro de uma sociedade cada vez mais interligada. Uma época em que o computador não está em seus óculos, mas no seu cérebro. E, a Internet assumiu, literalmente, seu papel de memória coletiva. Você está preparado para essa nova era?

 

Fã declarado de Star Wars, Soares não se limita à maior das odisseias espaciais ao elencar as referências do universo de A Era das Sombras: “A minha maior influência, sem dúvidas, foi Fundação, de Isaac Asimov, pois pensei em como seria para a humanidade, em dois mil anos, colonizar outros sistemas solares sem encontrar novas civilizações, lidar com o vazio de estar ‘sozinho’ e como isso afetaria e transformaria as identidades nacionais”.

Enquanto autor independente, Soares assume que a boa recepção de seu primeiro livro por parte dos leitores lhe rendeu um aprendizado valioso para os trabalhos por vir, que já incluem o segundo volume de sua saga: “Eu já tenho a sequência escrita, mas estou trabalhando em lançá-la em alguma plataforma gratuita. Assim como republicar Arma Estranha. Como no primeiro livro, avanço no conflito da humanidade sozinha na galáxia conhecida e nas relações políticas”.

Contudo, a saga interplanetária não é a única carta na manga do autor, que bebe diretamente do folclore indígena brasileiro em um trabalho inédito, mas já finalizado: “Ele se passa em Manaus, num futuro próximo, e associo as crenças da criação do mundo – tanto do judaísmo quanto dos Dessanas. Especialmente na imagem da serpente e sua relação com a humanidade. Em ambas as culturas é ela quem ‘cospe’ o homem no mundo. No caso judaico, tirando-o do paraíso”.

A Era das Sombras: Arma Estranha está disponível em versão digital na Amazon a preço promocional (site no qual já esteve na lista dos mais vendidos do gênero Ficção Científica) e pode ser adquirido clicando aqui.

Capa: cena do filme 2001 – uma Odisseia no Espaço (1968)