O evento Player Games Festival realizado no Instituto Cultural Brasil Estados Unidos (ICBEU ) no ultimo final de semana, recebeu a presença ilustre dos três cientistas mais badalados do Brasil, e tive o imenso prazer de entrevista-los , são eles:

Athos, Portos e Aram… ops, nomes errados, pera! Eles não estão longe de serem verdadeiros heróis, logo, vale fazer uma chamada bem calorosa: estes três mosqueteiros da ciência são: Wilson Namen (o questionador), Gerson Santos (o praticante) e Daniel Ângelo (o explicador), fundadores do projeto Ciência em Show.

Como vocês se conheceram e como foi fundado este projeto ?

Gerson: Nos conhecemos na Universidade de São Paulo, antes do ano 2000,  começamos a desenvolver este projeto depois que ocorreu um show de física na USP e criamos nosso próprio show para agradar o Brasil inteiro.

De quem foi a ideia ?

Gerson: A ideia foi conjunta, trabalhávamos juntos na USP, com o projeto Show de Física cujo ocorre até hoje,  onde apresentávamos aos alunos visitantes do instituto inúmeras experiências, daí pensamos: precisamos transformar este projeto em um projeto itinerante! Foi assim que nasceu o “Ciência em Show” fazendo o que apresentamos aqui em Manaus. Depois de 2004 entramos na TV e o projeto tomou outras proporções.

Sobre esse “boom” a tal explosão de sucesso , como as portas começaram a se abrir para a mídia ?

Daniel: Fomos convidados para ajudar o Gugu Liberato , ele fazia um programa que chamava “Domingo Legal” e tinha um quadro , “afunda ou não afunda” – todo mundo já fez isso na TV, todos os apresentadores eu acho-, acredito eu que eles tinham um pouco de preguiça para produzir e nos chamaram para produzir o quadro. Nos bastidores fomos fazendo umas experiências, e o pessoal perguntou: vocês não gostariam de fazer estas experiências no palco?  Na hora aceitamos, e foi assim que começou, em junho de 2004.

– Vocês são professores, certo?

Daniel: Sim, somos professores de física. Temos uma visão sobre educação um pouco diferente daquela que é aplicada nas escolas. Gostamos da ideia de mostrar a ciência através da prática. Acreditamos que fazendo assim as pessoas consigam ter ao menos uma lembrança afetiva muito maior , isso faz com que elas tenham simpatia pelo assunto e consequentemente se aprofunde nele. 

Foto Ciência em Show vertical

Wilson, Gerson e Daniel: professores de física da USP que tomam iniciativa da divulgação dinâmica científica.

– De fato! Queira ou não, na ciência há muitos conteúdos abstratos, a exemplo da biologia, quando se vai ensinar sobre células , se não mostrarmos para o aluno fotos esquemáticas e experimentos eles não conseguem assimilar ou mesmo fixar isso , tem que ser de forma dinâmica. Como vocês conseguiram criar isso?

Wilson: Através dessa nossa experiência de viajar o Brasil todo, de entender como as coisas impactam o público, a escola não deixa de ser um público, é lógico que é um ambiente formal, existe todo um regimento por trás da formação desses alunos para que se cumpram determinadas metas. Mas na verdade a prática, em todas as áreas seja em história, geografia, biologia, matemática, ela sempre pode auxiliar o professor. Inclusive nós temos um livro de experimentos práticos de baixo custo para biologia, que faz parte de um projeto nosso de ter quatro livros , voltados também para física , química e matemática. Acreditamos que falta iniciativa nesse assunto, as pessoas precisam estar por dentro da ciência, mas não temos essa cultura no país. Fora isso , e certamente minha felicidade foi trazer a ciência para o mapa da TV brasileira!

– Mandem um recadinho para os interessados nesse maravilhoso trabalho!

Gerson: Então galera, vocês podem entrar no cienciaemshow.com.br. Logo vocês terão novidades no nosso novo portal, vamos conversar. Valeu Manaus! 


Hoje em dia o grupo se apresenta em vários eventos,congressos, teatros, feiras.  Sempre como foco voltado para a ciência, possui  também uma equipe multidisciplinar ajudando na consultoria e criando novos projetos educacionais para escolas, centros de ciências e outros setores. E para fechar com chave de ouro temos dois experimentos , selecionados do Almanaque dos nossos cientistas:

TRAVESSEIRO INSTANTÂNEO:

MATERIAIS

  • 1 saco plástico (bem fino e frágil)
  • 1 saco plástico tipo Zip (maior que o primeiro)
  • Água
  • Tesoura
  • 5 colheres (sopa) de bicarbonato de sódio
  • 1 xícara (chá) de vinagre

1 – Adicione o vinagre no saquinho fino e amarre-o, cortando o excesso.

2 – No saquinho Zip, coloque o bicarbonato de sódio.

3 – Coloque o saquinho com vinagre dentro do saquinho com bicarbonato de sódio e feche bem com o sistema Zip.

4 – Sobre uma mesa dê um tapa forte, fazendo romper o saquinho interno para que o vinagre vaze.

EXPLICAÇÃO: Quando misturamos o bicarbonato de sódio com o ácido acético presente no vinagre, uma reação química libera o gás carbônico. Como a reação é rápida, o gás carbônico liberado infla o saquinho Zip, fazendo-o parecer um travesseiro. Os gases ocupam um volume bem maior que o líquido.

Por isso, quando liberado na reação, o aumento de volume é significativo. Observe que este gás produzido é incolor e inodoro.

CANETAS VOADORAS:

MATERIAIS

  • Caneta de ponta porosa (caneta para quadro branco)
  • Pastilhas efervescentes
  • Água

1 – Retire a carga interna da caneta e, se necessário, coloque um pouco de massinha de modelar internamente para vedar a ponta e evitar escape de gás.

2 – Quebre uma pastilha efervescente e coloque dentro da caneta.

3 – Despeje um pouco de água na caneta e feche rapidamente.

4 – Segure pela tampa e aguarde o efeito.

EXPLICAÇÃO: As pastilhas efervescentes contêm, em sua composição, um ácido e bicarbonato de sódio.

Quando em contato com a água, esses componentes se diluem, misturam-se e reagem, formando gás carbônico que sai em forma de bolinhas no líquido. Nessa experiência nós confinamos a pastilha na caneta.

Quando o gás carbônico é liberado, com a caneta fechada, a pressão interna aumenta até romper a resistência da tampa. Nesse momento, o gás escapa rapidamente para trás da caneta e, pela Terceira Lei de Newton, da ação e reação, tem-se como consequência a caneta empurrada e saindo voando.