A ficção científica tem lá o seu pé na realidade, seja para mostrar coisas que de fato existam ou seja para dar ideias interessantes para solução de problemas. Na 10ª edição da Campus Party Brasil, em São Paulo, o fã clube Star Trekkers apresentou sobre como a série ajudou a medicina a avançar em novos tratamentos e equipamentos.

A palestra foi apresentada pelos professores e fãs Fernando Fernandes e Fernando Augusto Dias. O fã clube foi criado em 2014 e realiza vários eventos de encontros de fãs e palestras envolvendo o universo da série.

Os palestrantes e fãs Fernando Fernandes e Fernando Dias (Imagem: Yara Laiz Souza) 

A influência da série no cotidiano

As referências mais comuns que temos quando falamos da influência de Star Trek na vida real são os aparelhos portáteis que existem na série e que se assemelham bastante com os celulares e tablets que temos hoje em dia. Porém, implantes de retina guardam referências grandes de Star Trek principalmente quando falamos do personagem Geordi La Forge.

O personagem Geordi La Forge (Imagem: divulgação)

Ele usa um dispositivo chamado de VISOR que consiste em uma prótese que lhe permite enxergar parte do espectro eletromagnético. Em fevereiro de 2016, foi anunciada a realização do primeiro implante de retina realizado na Europa. O implante consiste numa pequena placa que possibilita o processamento de imagens e ajudará, futuramente, pessoas com níveis leves de cegueira ou totalmente cegas. “A cura da cegueira não está totalmente distante. Vamos esperar mais uns 10 ou 15 anos”, comentou Fernando Fernandes.

Explicando sobre o funcionamento do implante (Imagem: Yara Laiz Souza)

O médico nada simpático McCoy utiliza bastante o seu exo-bisturi em tratamentos médicos em que cirurgias são a opção mais viável. Entretanto, diferente dos bisturis comuns, o exo-bisturi não provoca cortes: ele é capaz de cortar todos os tipos de tecidos através de um feixe de raio.

Simpatia em pessoa (imagem: divulgação)

Hoje em dia, as cirurgias sem corte já são realidade através da radioterapia intervencionista. Esta técnica, que chegou ao Brasil em 2002, é capaz de tratar problemas como cânceres, aneurismas, obstruções renais, miomas e outros problemas delicados sem precisar cortar o paciente. Assim, não há dores ou o perigo de contaminação.

Sem cortes, sem sangue jorrando (Imagem: radiologia em foco)

O Gamma Knife é uma técnica incrível de cirurgia sem cortes capaz de tratar tumores malignos e demais problemas graves na área cerebral. “Se tinha um tumor, sai sem o tumor, falando, feliz e sem corte”, disse Fernandes.

O Hypospray também chama atenção por ser apresentado na série como um método simples de injetar substâncias diversas no paciente. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criou em 2012 um hypospray. O dispositivo não utiliza agulhas e é perfeito para aqueles que morrem de medo de injeções além de ser muito mais confortável.

Hypospray já é realidade (Imagem: MIT)

A possibilidade de ensinar utilizando séries científicas

Um ponto levantado durante a palestra é da utilidade que séries como Star Trek têm. Além de encantar os fãs, as séries são capazes de oferecer soluções para diversos problemas e de serem aliadas na hora de ensinar Ciências.

“Há o preconceito com o ensino de ciências utilizando referências de ficção científica”, comentou Fernando Augusto Dias. Para os palestrantes, as referências são capazes de deixar o ensino mais interessante e divertido, sem falar na apresentação de um mundo fantástico e cheio de possibilidades interessantes.

O clube Star Trekkers está no YouTube com um canal que aborda os mais diversos assuntos relacionados à série. Acompanhe a trupe no Youtube, no site e no Facebook.