A Bienal do livro vai acontecer em outubro e a editora Lendari garantiu presença amazonense no maior evento literário do país, com o lançamento de 3 livros de autores amazonenses: Minhas Conversas com o Diabo, Quase o Fim e A Rainha de Maio, este último uma fantasia de Jan Santos, que já havia lançado anteriormente o livro ‘Evangeline – Relatos de um mundo sem luz’ e feito parte da antologia ‘Quando a Selva Sussurra: contos amazônicos’.
Inspirado nas obras de alguns dos autores de fantasia favoritos de Jan, como J. R. R. Tolkien e George R. R. Martin, A Rainha de Maio é, segundo o escritor: “uma espécie de fábula contemporânea. Fala sobre superstição e medo, receio daquilo que não entendemos, tanto na natureza selvagem quanto no próprio homem. É sobre o processo de autodescoberta de Anga, um membro do clã suanam considerado um pária entre os seus, que o consideram amaldiçoado por ter causado a morte da mãe ao nascer. O jovem Suanam toma para si a responsabilidade de confrontar os demônios que os pais desde sempre enfrentavam, a fim de se provar digno da vida adulta”.
Mas pra quem espera apenas mais uma história de fantasia como tantas outras, Jan Santos dá um aviso: espere o inesperado. “A Rainha de Maio foi um romance experimental para mim, e me deu perspectiva. Acho que essa é a palavra-chave, experiência. Quero experimentar com a literatura, quem sabe dissolver um pouco os limites entre os gêneros textuais, misturando a vibe poética com uma ousadia dramatúrgica, pois acho que a potência criativa tem essa liberdade. Essa mistura, para mim, evoca um novo tipo de fantasia, e representa uma evolução para minha técnica. O que esperar? Certamente coisas não convencionais”.
Entre as obras que teriam influenciado seu livro, Jan menciona ainda Macunaíma, de Mário de Andrade e Sandman, de Neil Gaiman: “A trama é fortemente influenciada pela proposta de Mário de Andrade ao escrever Macunaíma e pelos enredos singelos de Gaiman. A ideia inicial veio de um quadro da versão ilustrada de Os caçadores de sonhos, que me inspirou a desenvolver uma história que oxigenasse o conceito do combate primordial, o homem versus o universo, versus a própria ignorância. A ideia de ambientar a trama às beiras da Floresta Baixa veio do conceito que já vinha trabalhando em Quando a selva sussurra, e funciona como uma espécie de extensão dos contos da antologia”.
Para acompanhar os detalhes do lançamento, curta a fanpage do livro: A Rainha de Maio.